O câncer de pele tem altas chances de cura quando identificado no início
Por Redação
O mês de dezembro é marcado pela campanha Dezembro Laranja, voltada à conscientização sobre a prevenção e o diagnóstico precoce do câncer de pele — o tipo mais frequente da doença no Brasil. Responsável por cerca de 30% de todos os tumores malignos registrados no país, o câncer de pele gera impacto crescente na rede pública de saúde. No entanto, uma medida simples e acessível, o uso diário de protetor solar, pode reduzir significativamente a incidência da doença e gerar economia superior a R$ 2,5 bilhões ao Sistema Único de Saúde (SUS) nos próximos cinco anos.
A estimativa é baseada em pesquisa apresentada no Congresso da Academia Europeia de Dermatologia, que analisou os efeitos do uso regular de protetor solar na diminuição de procedimentos cirúrgicos, internações e tratamentos contínuos relacionados ao câncer de pele, especialmente em países com alta incidência de radiação solar. A exposição prolongada ao sol ao longo do ano coloca o Brasil entre os países com maior número de casos, ficando atrás apenas da Austrália.
Segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca), quase 200 mil brasileiros são diagnosticados com câncer de pele anualmente. Esse total inclui os dois principais tipos da doença: melanoma e não melanoma. O melanoma tem origem nos melanócitos, células responsáveis pela produção de melanina, pigmento que protege naturalmente a pele da radiação solar. Já os tumores não melanoma se desenvolvem na camada mais superficial da pele, são mais comuns em pessoas acima dos 40 anos e representam cerca de 95% dos casos registrados no país.
Impacto no DF e no Hospital de Base
No Distrito Federal, os reflexos desse cenário são percebidos na rotina do Hospital de Base de Brasília (HBDF), administrado pelo Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (IgesDF). A unidade registrou 207 quimioterapias para tratamento de melanoma, evidenciando a complexidade e o custo do cuidado com a doença.
“Apesar de ser um câncer comum, muitos casos exigem tratamentos complexos e acompanhamento contínuo. Essa realidade impacta diretamente a utilização dos serviços hospitalares, especialmente no Hospital de Base, que é referência no tratamento oncológico no DF”, destaca Larissa Dias, gerente de operações do Centro de Infusão do HBDF.
Sinais de alerta e diagnóstico precoce
Pintas ou sinais que mudam de cor, formato ou tamanho merecem atenção. Manchas ou feridas que não cicatrizam, apresentam coceira, crostas ou sangramento também podem indicar alterações suspeitas.
“O câncer de pele tem altas chances de cura quando identificado no início. Por isso, o autoexame é fundamental. Caso surja alguma lesão que não cicatrize em 10 a 15 dias, é importante procurar atendimento médico”, orienta Danielle Aquino, médica dermatologista do Hospital de Base.
Verão exige cuidados redobrados
A campanha Dezembro Laranja ganha ainda mais relevância com a chegada do verão, período de férias, lazer ao ar livre e maior exposição ao sol. Entre 10h e 16h, a incidência de raios ultravioleta é mais intensa, aumentando o risco de câncer de pele, além de causar manchas e envelhecimento precoce.
Quando diagnosticado precocemente, o câncer de pele apresenta taxa de cura superior a 90%. Histórico familiar, pele clara e exposição solar excessiva estão entre os principais fatores de risco. A dermatologista Danielle Aquino reforça a importância da adoção de hábitos de proteção, como o uso de óculos escuros, bonés, chapéus e guarda-sol, além da aplicação diária de protetor solar com FPS mínimo de 30.
“Muita gente tem dúvida sobre a quantidade correta. A orientação é usar o equivalente a uma colher de sopa cheia ou o volume que caiba na palma da mão para todo o corpo, com reaplicação a cada duas horas ou sempre após contato com a água”, explica a médica.




