O governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT), provocou polêmica ao sugerir enterrar eleitores de Jair Bolsonaro com uma retroescavadeira durante a inauguração do colégio estadual Professora Nancy da Rocha Cardoso, no distrito de Soares de América Dourada, na sexta-feira, 2 de maio de 2025.
“Tivemos um presidente que sorria daqueles que estavam na pandemia sentindo falta de ar. Ele vai pagar essa conta dele e quem votou nele podia pagar também a conta. Fazia no pacote. Bota uma ‘enchedeira’. Sabe o que é uma ‘enchedeira’? Uma retroescavadeira, bota e leva tudo pra vala”, declarou Jerônimo em seu discurso.
Segundo o governador, a frase servia de crítica à postura de Jair Bolsonaro durante a crise da Covid-19, quando o então presidente chegou a ironizar vítimas da doença. O petista afirmou que o “pacote” incluía responsabilizar não apenas o ex-chefe do Executivo, mas também quem o eletorou.
Nas redes sociais, a fala foi classificada como incitação à violência por lideranças de oposição. O deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) reagiu: “Quando eu digo que se pudesse, esse pessoal matava a gente, duvidam”, acusando o discurso de refletir uma “ideologia genocida” . Outros segmentos reforçaram que apelar para o uso de força e elevar o tom de retórica fere o princípio da convivência democrática.
Especialistas em direito penal alertam que incitar publicamente condutas violentas pode configurar crime de apologia ao crime, previsto no artigo 287 do Código Penal Brasileiro, cuja pena varia de três a seis meses de detenção ou multa.
Até o fechamento desta edição, a assessoria de Jerônimo Rodrigues não havia se manifestado sobre as críticas, apesar de contatos feitos por e-mail e WhatsApp.
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