STF agenda julgamento virtual de Coronel Naime e esposa clama por “milagre”

Foto:  Agência Brasil.
Foto: Agência Brasil.

Em uma série de publicações nas suas redes sociais na noite de 8 de junho, Mariana Naime, esposa do coronel da Polícia Militar do Distrito Federal Jorge Eduardo Naime, fez um apelo público por orações e classificou de “injustiça em curso” o agendamento do julgamento do marido em sessão virtual no Supremo Tribunal Federal (STF).

No post divulgado às 20h17, a advogada ressaltou que a secretaria do STF marcou o julgamento “em sessão VIRTUAL, para um caso extremamente delicado e complexo”, o que, segundo ela, “significa sem direito à sustentação oral, sem exposição pública dos fatos aos ministros, sem transparência ou debate aberto e sem defesa plena”. Em outro trecho, Mariana Naime afirma que “a denúncia contra Naime é nula, porque todas as provas foram manipuladas e adulteradas — algo que já foi comprovado por peritos independentes, com laudos técnicos baseados em normas legais e científicas. O celular de Naime foi acessado e usado enquanto deveria estar lacrado! Isso por si só torna as provas inválidas” .

O coronel Jorge Eduardo Naime é um dos sete oficiais da PMDF réus na Ação Penal 2.417, que investiga a omissão da corporação durante os atos golpistas de 8 de janeiro de 2023. A denúncia foi recebida pela Primeira Turma do STF em fevereiro de 2024, por unanimidade, e tramita sob relatoria do ministro Alexandre de Moraes . Em 12 de maio de 2025, Moraes encerrou a fase instrutória do processo, indeferiu pedido de reabertura de instrução e considerou como alegações finais as petições de nulidade, deixando o caso pronto para ser pautado para julgamento .

A Procuradoria-Geral da República (PGR) requereu a condenação dos oficiais da cúpula da PMDF por tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito, omissão e outros crimes, sustentando que a corporação favoreceu a invasão de prédios públicos ao manter efetivo insuficiente durante o episódio . A defesa de Naime, por sua vez, apela à revisão de provas e à garantia de ampla defesa, criticando especialmente a forma e o rito do julgamento virtual.

O caso já mobiliza entidades de classe e especialistas em direito penal e processual, que questionam a vedação de sustentação oral em sessão virtual para processos de grande repercussão. A data exata de julgamento, no entanto, ainda não foi oficialmente divulgada pelo STF.


sobre o autor
Hamilton Silva é jornalista, economista e editor-chefe do portal DFMobilidade.

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