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‘DEPOIS DA PANDEMIA’: SAIBA QUE MUDANÇAS ESPERAR EM RELAÇÃO AO SETOR AUTOMOTIVO E À MOBILIDADE URBANA

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Em conversa com o head Comercial e de Gestão de Recursos da Órama, diretor da revista Autoesporte apresenta reflexos da quarentena na indústria e discute perspectivas para as montadoras e para as cidades

Após discutir os temas educação e agronegócio, a série Depois da Pandemia abordou o setor automobilístico e a mobilidade urbana. A live, realizada no perfil da Órama no YouTube, foi comandada pelo head Comercial e de Gestão de Recursos da plataforma de investimentos, Hugo Daniel Azevedo, que conversou com Marcus Vinicius Gasques, diretor da revista Autoesporte.
Para Gasques, uma das primeiras mudanças decorrentes do gradativo fim do isolamento social será o aumento do uso do carro. “Quem tem acesso a automóvel e pode se deslocar com carro próprio terá a tendência a evitar o transporte público. Essa será uma primeira reação”, aponta.
Segundo o jornalista, em países que já passaram pela quarentena ou estão voltando à normalidade, como a China, foi registrado um interesse pelo automóvel, em detrimento do transporte público. E houve um aumento de procura por carros de valor menor, motivado possivelmente pela insegurança com o futuro e com a vida profissional ou pelas dívidas acumuladas no período do isolamento.
No Brasil, Gasques espera comportamento parecido nos consumidores. “Há uma demanda reprimida, as pessoas tinham planos de comprar ou trocar de carro e espera-se que isso comece a se processar na retomada gradual das atividades econômicas. Mas continuará a insegurança em relação à economia”, completa.
A indústria automobilística registrou redução de 76% nas vendas em abril, na comparação com o mesmo mês do ano passado, e uma queda de 99% na produção, em relação ao mesmo período. “Foi uma situação atípica, mas que não é privilégio do Brasil. Aconteceu no mundo todo”, reforça.

Em sua análise, é provável que as montadoras travem uma guerra comercial, em razão dos pátios cheios de veículos novos. Em contrapartida, muitas companhias já anunciaram possíveis aumentos, em razão da alta do dólar.
“Se as montadoras estão sofrendo com carro parado no pátio, é pior para o pequeno comerciante. Mas é fato que, quando carro novo fica caro, o usado se torna alternativa. Para cada carro zero vendido no país, seis ou sete usados trocam de mãos. Por outro lado, se antes, ao comprar um usado, você olhava a mecânica, as revisões e o estado geral, agora ainda tem o aspecto sanitário”, pondera.


Medidas para a reabertura

Para o diretor da Autoesporte, os lojistas já devem estar empenhados em encontrar formas de entregar carros seminovos e usados sanitizados.
Nas montadoras, há ações para tentar garantir a segurança dos trabalhadores, com mudanças no transporte à fábrica, espaçamento da linha de montagem, direcionamento dos fluxos entre as estações de trabalho e aumento da oferta de locais de higienização.
“A Ford anunciou medidas que devem ser replicadas pelas outras montadoras para as concessionárias. O vendedor não vai cumprimentar o cliente, as mesas serão mais espaçadas. E o cliente poderá entrar no carro, sentar, tocar em tudo. Depois, os veículos serão higienizados”, comenta.
Para a mobilidade urbana, Gasques aponta atitudes positivas na Europa, como tornar permanentes as ciclofaixas extras criadas durante a quarentena. “Há países indo além, aproveitando o momento para rediscutir a mobilidade, falando em grandes ruas para pedestres. A quantidade de carros parados trouxe um impacto muito positivo na poluição atmosférica. A ideia é colocar isso na balança também. O que não é uma ótima notícia para a indústria automobilística”, diz.

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