A Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF), por meio de acordo de cooperação com a Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), adquiriu 185 Point of Care, um equipamento que realiza exames mais rápidos para diagnóstico de dengue. O anúncio foi feito, nesta terça-feira (19), pela secretária da pasta, Lucilene Florêncio.
A compra dos equipamentos é, segundo a gestora, estratégica para suprir um gargalo identificado no atendimento de pacientes com a doença. Atualmente, as amostras de sangue colhidas nas unidades básicas de saúde (UBSs) ou nas tendas de acolhimento precisam ser levadas ao hospital, pelos próprios servidores. Os resultados levam, em média, de 3 horas a 4 horas para saírem.
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“O aparelho traz celeridade ao diagnóstico de gravidade do paciente e da condução do caso. Por meio do resultado, é possível identificar se a pessoa precisa de remoção, se já está com grande hemoconcentração ou com queda de plaquetas. Ele facilitará o cuidado e o plano terapêutico”, detalhou a secretária.
Portátil, o Point of Care permite que exames e resultados ocorram no mesmo local de atendimento – UBS ou tenda -, com diagnóstico pronto em aproximadamente 30 minutos.
Estabilidade dos casos
Além da compra dos novos equipamentos, a secretária de Saúde explicou que o atual cenário epidemiológico indica uma estabilidade nos casos de dengue no DF. Segundo a gestora, há duas semanas foi observada a constância nos registros de ocorrências, cerca de 14 mil. Por dia, a média de atendimentos de pacientes com dengue está em 4 mil.
“Temos visto uma estabilidade, com tendência à queda. É importante salientar que o nosso pico de registro de casos foi na última semana de janeiro. A partir daí, notamos uma constância. Nesta última semana, vimos uma tendência à queda”, destacou.
Neste ano, a gravidade e o aumento dos casos observados decorreu por diversos fatores, entre eles a circulação de outro sorotipo (DENV-2), que atingiu uma população mais suscetível. Entre os óbitos, a pasta analisou que mais de 80% dos casos investigados ocorreram em pessoas com comorbidades, como hipertensos e diabéticos, e acima de 60 anos.
“A população do DF entrou em contato com esse sorotipo há dez anos, então não tínhamos uma memória imunológica. Assim, o sorotipo circula e encontra uma população mais suscetível”, esclareceu a secretária. “É um sorotipo que apresenta maior agressividade, capaz de levar a formas graves da doença”, acrescentou.