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PCDF prende hackers que vazaram dados de políticos e ministros do STF na dark web

Foto: Divulgação/PCDF
Foto: Divulgação/PCDF

Nesta terça- feira (20/6), a Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) deflagrou a Operação RockYou2023, que resultou na prisão de hackers especializados na comercialização de dados sigilosos da população brasileira incluindo autoridades. As ações são resultado do cumprimento de mandados de prisão temporária, busca e apreensão, bloqueio de contas bancárias e criptomoedas em desfavor dos envolvidos no esquema criminoso.

Além dos mandados, os investigadores cumprem, em Ceilândia e Rio Verde (GO), takedown de website e takeover de servidores com a finalidade de desarticular o grupo criminoso responsável pela venda de informações sigilosas de brasileiros via internet.

De acordo com a PCDF, os dados coletados eram utilizados para uma infinidade de fraudes eletrônicas, elaboração de dossiês contra autoridades públicas e violação da intimidade dos cidadãos.

O delegado da 9ª DP, Erick Sallum, responsável pelas investigações, conta que a operação de hoje é resultado de um trabalho de investigação que teve início com a deflagração de operações interestaduais da PCDF para combater o exponencial crescimento dos golpes eletrônicos de várias espécies.

“Esses golpes são de diversos tipos, sendo os mais conhecidos: o golpe do PIX, do motoboy, da mão invisível, da falsa central de segurança do banco, do falso sequestro e golpe da portabilidade do consignado”, destaca Sallum.

Das dezenas de inquéritos policiais instaurados na 9a DP, havia sempre um ponto em comum: as vítimas eram enganadas justamente porque os golpistas, nas ligações telefônicas, tinham detalhes da vida privada e dados pessoais delas, o que fazia que essas pessoas realmente acreditassem na veracidade da interlocução.

Segundo Sallum, o que mais intrigou os investigadores foi a capacidade dos golpistas em obter os dados sigilosos separados por idade, classe social e endereço, além de celulares de parentes, histórico de vida e nome completo das vítimas com agilidade e riqueza de detalhes até mesmo difícil de se obter por parte dos órgãos de segurança pública.

Após a prisão de vários golpistas, a PCDF descobriu que esses dados estavam sendo comercializados na darknet por meio da compra de acesso aos chamados painéis de consulta e venda de dados. “Por meio da plataforma, foi possível constatar que cerca de 200 milhões de dados pessoais sigilosos de brasileiros estavam expostos, inclusive, fotos, assinaturas digitais, veículos, registros de armas e outras informações.”

A Perícia do Instituto de Criminalística da PCDF comprovou que os dados do governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), de parlamentares da Câmara Legislativa (CLDF) e da esfera federal, como ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e outras altas autoridades da República, estavam também expostos.

As investigações da PCDF apontaram que todas essas informações se encontravam no website, organizadas de maneira profissional e estruturada, permitindo rápidas pesquisas, em múltiplos módulos, de forma que, qualquer leigo, em rápidos cliques, tivesse acesso à vida de qualquer cidadão brasileiro.

“Espantosamente, os criminosos também tinham acesso às câmeras de OCR em todo o Brasil, o que permite a leitura de placas dos veículos das vítimas e a localização das últimas rotas.

 

 

*Com informações do Acorda DF

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