O Chile elegeu neste domingo (data do segundo turno) José Antonio Kast como novo presidente da República, em uma das disputas mais polarizadas desde o fim da ditadura de Augusto Pinochet. Candidato do Partido Republicano, Kast derrotou a governista Jeannette Jara no segundo turno e se consolida como o presidente mais à direita do país desde a redemocratização chilena.
Com cerca de 83% das urnas apuradas, Kast alcançou aproximadamente 58,6% dos votos válidos, desempenho que confirmou as projeções das principais pesquisas divulgadas nos dias que antecederam a votação. A vantagem foi suficiente para tornar irreversível o resultado ainda nas primeiras horas da apuração.
A vitória representa uma mudança significativa no rumo político do país após anos de instabilidade institucional, marcada por protestos sociais, sucessivas crises econômicas e o desgaste do atual governo de esquerda. Durante a campanha, Kast apostou em um discurso de ordem, segurança pública, combate ao crime organizado e defesa de valores conservadores, além de críticas duras à agenda econômica e social da coalizão governista.
Jeannette Jara, candidata ligada à atual administração, reconheceu a derrota e afirmou respeitar o resultado das urnas, destacando o compromisso com a transição democrática. Observadores internacionais acompanharam o pleito, que transcorreu sem registros relevantes de irregularidades.
A eleição de Kast reacende debates internos e externos sobre o futuro da democracia chilena, a política de direitos humanos e o posicionamento do país na América do Sul. O novo presidente assume em um cenário de forte expectativa do mercado, pressão social e desafios fiscais, além da necessidade de recompor pontes políticas em um país profundamente dividido.
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