Em uma manobra audaciosa que promete redesenhar a infraestrutura de transportes da capital fluminense, o prefeito Eduardo Paes sancionou a lei que autoriza a substituição gradual do sistema BRT (Bus Rapid Transit) pelo VLT (Veículo Leve sobre Trilhos). A medida, publicada no Diário Oficial, foca especificamente nos corredores Transcarioca e Transoeste, sinalizando uma mudança de paradigma na mobilidade urbana carioca.
A nova legislação permite que a Prefeitura do Rio conceda à iniciativa privada a implantação, manutenção e operação do novo modal. O objetivo declarado é sepultar os problemas crônicos enfrentados pelo sistema de ônibus articulados — marcado por superlotação, depreciação acelerada da frota e falhas de segurança — e oferecer um serviço de maior capacidade e confiabilidade aos passageiros da Zona Oeste.
A conversão para o modal sobre trilhos é uma aposta alta da gestão municipal. O projeto prevê não apenas a troca da tecnologia de transporte, mas uma requalificação urbanística completa das vias afetadas. A expectativa é que o VLT, por ser elétrico e segregado, traga maior regularidade e conforto, além de reduzir a emissão de poluentes, um contraste significativo com a atual realidade dos corredores expressos.
Especialistas em mobilidade observam o movimento com atenção. A transição de um sistema sobre pneus para trilhos exige investimentos maciços e um cronograma de obras complexo. A sanção da lei é apenas o primeiro passo de uma jornada que testará a capacidade de execução do executivo municipal e a paciência do carioca, que anseia por dignidade no deslocamento diário. Resta saber se a execução do projeto seguirá o ritmo dos trilhos ou se enfrentará os mesmos engarrafamentos burocráticos de outras grandes obras nacionais.
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