A Embraer confirmou nesta terça-feira a contratação de um financiamento de R$ 1,09 bilhão junto ao BNDES para ampliar a produção de aeronaves comerciais destinadas ao mercado externo. O crédito foi concedido pela linha Exim Pré-embarque Direto, mecanismo em que o banco estatal libera recursos diretamente ao exportador para cumprir contratos internacionais.
O governo federal celebra o aporte como sinal de “fortalecimento da indústria nacional”, mas o movimento expõe uma velha contradição: enquanto o Planalto afirma priorizar investimentos produtivos, continua dependente de operações bilionárias que concentram recursos em grandes empresas — justamente aquilo que o discurso oficial costuma criticar.
Segundo a Embraer, o valor será aplicado no cronograma de montagem de aeronaves já encomendadas por clientes estrangeiros. A fabricante prevê entregar entre 77 e 85 jatos em 2025, acima das 73 unidades estimadas para 2024. Embora o financiamento seja apresentado como incentivo ao setor tecnológico, o impacto real dependerá da estabilidade das exportações e da execução dos contratos.
O BNDES, por sua vez, reforça o argumento de que a linha de crédito reduz riscos e amplia competitividade. Críticos do governo observam que, apesar do discurso de austeridade, Lula mantém uma política agressiva de empréstimos subsidiados, enquanto setores estratégicos internos convivem com cortes, lentidão e incerteza.
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