O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, publicou em sua rede social Truth Social, na noite de 30 de junho de 2025, uma mensagem em que reafirmou sua oposição à regulação do mercado de veículos elétricos e ameaçou os subsídios concedidos à Tesla, de Elon Musk. Em seu post, Trump declarou: “Carros elétricos são bons, mas ninguém deveria ser forçado a ter um. Elon talvez receba mais subsídios do que qualquer outro ser humano na história – de longe – e, sem esses subsídios, ele provavelmente teria que fechar as portas e voltar para casa, na África do Sul. Sem mais lançamentos de foguetes, satélites ou produção de carros elétricos – e nosso país economizaria uma FORTUNA. Talvez devêssemos pedir para o DOGE dar uma boa olhada nisso? HÁ MUITO DINHEIRO A SER ECONOMIZADO!!!” .
O “DOGE” mencionado por Trump refere-se ao Departamento de Eficiência Governamental, órgão criado pela Ordem Executiva “Unleashing American Energy”, assinada em 9 de abril de 2025 e publicada no site oficial da Casa Branca, com a missão de revisar e reduzir gastos considerados excessivos em programas federais, inclusive subsídios de energia limpa. Até o fim de maio, a pasta foi chefiada pelo próprio Elon Musk, antes de sua saída do cargo.
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O episódio marca um novo capítulo no conflito público entre Trump e Musk, iniciado em 5 de junho de 2025, quando o CEO da Tesla criticou o projeto de lei de cortes de impostos e gastos de US$ 3,3 trilhões — rotulado de “One Big Beautiful Bill” por republicanos —, afirmando que ele contrariava promessas de responsabilidade fiscal. Horas depois, Trump reagiu ameaçando revisar e até eliminar subsídios federais às empresas de Musk, incluindo créditos fiscais para compra de veículos elétricos e contratos governamentais com a SpaceX. Após o embate, as ações da Tesla recuaram mais de 6% na segunda-feira seguinte.
As declarações de Trump coincidiram com o início, em 30 de junho de 2025, da “vote-a-rama” no Senado dos EUA, em que líderes republicanos tentam aprovar o ambicioso pacote de cortes de impostos e despesas de US$ 3,3 trilhões. Dois senadores da própria legenda, Thom Tillis e Rand Paul, já anunciaram oposição a pontos específicos da proposta, gerando incertezas sobre a tramitação no plenário.
O setor de veículos elétricos bateu recorde de vendas em 2024, com 17 milhões de unidades comercializadas globalmente — participação de mais de 20% do mercado automotivo — e, segundo projeções da Agência Internacional de Energia (IEA), deverá ultrapassar 20 milhões em 2025, alcançando mais de 25% das vendas globais de automóveis. Analistas alertam que a instabilidade regulatória e as ameaças de suspensão de subsídios podem reduzir o ritmo de investimentos em infraestrutura de recarga e frear o crescimento acelerado observado nos últimos anos.