Em encontro bilateral realizado em 22 de outubro de 2024 durante a cúpula dos BRICS em Kazan, Rússia, o presidente Vladimir Putin e a ex-presidente do Brasil, Dilma Rousseff, hoje à frente do Novo Banco de Desenvolvimento (NBD), debateram o fortalecimento das moedas nacionais para transações intra-bloco, em estratégia destinada a reduzir a dependência do dólar e mitigar riscos geopolíticos .
Putin afirmou que o aumento das liquidações em moedas locais permitiria diminuir as taxas de serviço da dívida, ampliar a independência financeira dos países-membros e separar, na maior medida possível, o desenvolvimento econômico da política, reduzindo riscos geopolíticos externos .
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A ex-presidente Dilma Rousseff manifestou apoio incondicional à proposta, defendendo a criação de instrumentos financeiros alternativos à moeda americana para viabilizar investimentos em projetos prioritários no Sul Global e fortalecer a autonomia dos países emergentes .
Além da desdolarização, representantes russos informaram que o NBD, desde 2018, já financiou cem projetos que totalizam US$ 30 bilhões, embora enfrente restrições impostas por sanções ocidentais que dificultam operações em solo russo. Paralelamente, avançam negociações para a criação de uma bolsa de metais preciosos entre os membros do BRICS, iniciativa que visa garantir preços justos e impulsionar o comércio intra-bloco .
As iniciativas de desdolarização ocorrem num momento em que a Rússia também conclama os parceiros do BRICS a criar alternativas ao Fundo Monetário Internacional, reforçando a ambição de reduzir a dependência de instituições financeiras ocidentais. O índice do dólar registrou queda de quase 10% nos primeiros seis meses de 2025 — movimento que reflete, segundo analistas, uma rotação de capitais rumo a mercados emergentes, sem, contudo, ameaçar no curto prazo a posição hegemônica da moeda americana .
O consenso em torno do uso ampliado de moedas nacionais sinaliza uma mudança estrutural no comércio global, mas levanta desafios técnicos e políticos que dependem do engajamento conjunto dos cinco países fundadores e dos novos membros do bloco.
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