A Associação Goiana de Municípios (AGM) e a Associação dos Municípios Adjacentes a Brasília (AMAB) já começam a se movimentar para eleger suas novas diretorias. Enquanto as eleições na AGM prometem ser bastante acirradas, com vários prefeitos pleiteando o comando da Associação, na AMAB tudo caminha para um consenso em torno do nome de Cristiomário Medeiros (PP), o “Delegado Cristiomário”, prefeito reeleito de Planaltina de Goiás.
A entidade, atualmente sob o comando do prefeito Pábio Mossoró (MDB), de Valparaíso, deverá ter uma diretoria assumindo interinamente a frente da Associação até a escolha dos nomes definitivos, no pleito previsto para fevereiro de 2025. O motivo é que somente prefeitos podem liderar a AMAB e Mossoró termina seu mandato no Executivo Municipal no dia 31 de dezembro próximo. Quem deve assumir provisoriamente a entidade é seu sucessor em Valparaíso, Marcus Vinicius (MDB).
Cristiomário, que no momento é secretário-geral da AMAB, disse à reportagem que já colocou seu nome à disposição para dar continuidade ao trabalho desenvolvido por Pábio na presidência da instituição. “Estamos tentando construir uma chapa única”, revela.
Segundo ele, na Associação a ideia é congregar as prefeituras, sem focar em partidos políticos. “Queremos fortalecer a entidade, com o intuito de defender a região do Entorno e as prefeituras, a fim de que possamos trazer algum benefício para cada município. O objetivo é melhorar a vida do povo, que é nossa obrigação mesmo”, pontua.
De acordo com o gestor executivo de Planaltina de Goiás, há um trabalho de convencimento sendo realizado junto aos prefeitos que ainda não participam da AMAB, para que possam futuramente aderir à Associação. “Estamos organizando, junto ao presidente Pábio, um evento com o governador Ibaneis Rocha (MDB) e a AMAB vai estar presente”, divulga. “Ibaneis deve receber os novos prefeitos e falar sobre possíveis parcerias para os próximos anos. E é fundamental ter esse apoio, pois o Distrito Federal tem um papel muito importante para o desenvolvimento do Entorno. Além disso, precisamos diminuir a pressão sobre o DF, principalmente no que tange à saúde”, analisa.
Mais visibilidade ao Entorno
Com atuação mais ampla, por envolver todas as cidades do Estado de Goiás, a AGM pode vir a ser presidida, na próxima gestão, por um representante do Entorno. Carlinhos do Mangão (PL), prefeito reeleito de Novo Gama, colocou seu nome à disposição para disputar a liderança da entidade, que no momento está sob o comando de Carlos Alberto Andrade de Oliveira, o Carlão da Fox (UB), prefeito de Goianira.
Mangão diz que, até o momento, é o único nome da região circunvizinha ao Distrito Federal com intenção de se candidatar ao cargo eletivo. “Estamos dialogando com prefeitos de outras regiões, como o nordeste goiano, para chegarmos a um consenso. Temos trabalhado muito nisso”, afirma.
Segundo ele, caso logre êxito e faça seu nome prevalecer à frente da AGM, o Entorno ganhará mais visibilidade. “É importante que os prefeitos participem da Associação para levar suas demandas. E ter uma pessoa do Entorno na presidência, tudo fica mais fácil”, avalia o gestor executivo de Novo Gama, acrescentando que a região é a que apresenta maior potencial de crescimento em Goiás.
Possível mudança de partido
Especula-se que o fato de Mangão estar no PL, partido do ex-presidente da República Jair Bolsonaro, poderia prejudicar suas pretensões e que ele pensaria em mudar de sigla, migrando para o União Brasil ou MDB, mas o prefeito faz uma outra análise desse cenário. “Não vejo dessa maneira. Alguns especulam que estar no partido do governador ou do vice talvez me fortalecesse muito, mas acho que o mais importante não é nem o partido, mas a lealdade da pessoa, o comprometimento”, argumenta. “E eu já demonstrei que, com o governador Ronaldo Caiado (UB), eu sempre fui parceiro. Inclusive, eu fui um dos primeiros prefeitos a declarar apoio a ele na reeleição em 2022, enquanto todos, no momento de pandemia, ainda estavam em cima do muro”.
De acordo com o gestor, sua parceria com Caiado, potencial candidato à presidência da República, permanecerá inabalável para o pleito de 2026. “Por mais que eu esteja no PL, não tenho como não apoiar o governador. Se for necessário mudar de partido para isso, com certeza iremos discutir essa questão. Mas é algo que iremos amadurecer mais para frente, porque não sabemos como ficará o cenário político. Tomar uma decisão agora seria uma atitude muito precoce”, pondera.