No Distrito Federal, dá pra acompanhar, do começo ao fim, o caminho do dinheiro das emendas dos deputados distritais — sem malabarismo. O DF está no grupo raríssimo que publica o pacote completo das informações exigidas para escrutínio público, com dados detalhados, padronizados e em formato aberto.
O que o DF já entrega (e como acessar) — O Portal de Dados Abertos do GDF mantém, ano a ano, bases em CSV das emendas parlamentares desde 2020. A consulta tem o “empenho” como referência e traz, para cada caso, todas as “liquidações” e “pagamentos” associados — ou seja, dá para ver o status de execução e cruzar despesas por órgão, favorecido e período. A origem dos dados é o SIGGO/SISCONEP (SEEC).
— O Portal da Transparência do DF oferece o painel geral de receitas, despesas, remunerações e permite navegar pelas rubricas orçamentárias que se conectam às emendas, mantendo rastreabilidade por unidade gestora.
— A CLDF, pelo seu Portal da Transparência, disponibiliza painéis e gráficos próprios sobre emendas, votações e autoria de leis — ferramenta útil para ligar o ato político (a emenda proposta) ao efeito orçamentário (o gasto realizado pelo Executivo).
Por que isso importa (em linguagem reta e direta) — Dá pra ver “quem indicou o quê” e “quanto já foi pago”. Esse nível de detalhe viabiliza reportagens, auditorias cidadãs e controle social real, com base em arquivos baixáveis (CSV) — nada de PDF trancado.
— O DF aparece bem no Índice de Transparência e Governança Pública 2025 da Transparência Internacional, com nota “ótimo” e 5ª posição entre 27 governos — um sinal de que o ecossistema de dados não é vitrine: tem padrão e continuidade.
— A engrenagem respeita a Lei de Acesso à Informação (LAI) e ainda oferece canal específico para pedidos e recursos (Participa DF), caso algum detalhe não esteja evidente nos portais.
O passo a passo para checar (e cruzar) no DF
- Baixe o CSV do ano desejado no Portal de Dados Abertos (emendas parlamentares 2020–2025).
- Filtre por autor da emenda, órgão executor, CNPJ do favorecido ou etapa (empenho/liquidação/pagamento).
- Cruze com o Portal da Transparência do DF para ver a despesa “mãe” na peça orçamentária.
- Use os painéis da CLDF para relacionar a emenda à atuação legislativa (votações, autoria, tema).
O que ainda pode melhorar (foco cirúrgico, mantendo o padrão DF) — Amarrar, em um único painel público, o “ciclo completo” de cada emenda (do protocolo na CLDF até o pagamento), com chaves únicas para facilitar cruzamentos automáticos por jornalistas e pesquisadores.
— Expor, no próprio painel das emendas, gráficos comparáveis por regional de governo, política pública e evolução mensal de execução.
— Publicar dicionário de dados versionado no mesmo endpoint das bases anuais (o DF já tem dicionário, mas vale garantir versionamento explícito a cada alteração estrutural).
Contexto do ranking (sem tirar o pé do DF) A nova rodada do índice da Transparência Internacional reforça que o DF está entre os poucos que entregam “dados completos” sobre emendas estaduais/distritais — um recado claro de que dá para conciliar política, orçamento e vitrine de dados sem gambiarra.
No fim do dia, é simples: no DF, a emenda deixa rastro. E rastro público, bem documentado, é antídoto contra discurso vazio e terreno fértil para reportagem boa.
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