O Brasil se aproxima da marca de 30 milhões de motocicletas em circulação. O número, que vem crescendo em ritmo acelerado, revela uma realidade preocupante: a deficiência estrutural do transporte público e seus impactos diretos na segurança viária.
Gerando porta para reflexão também dos altos valores cobrados para possuir a CNH devidamente, para qualquer veículo não sendo só restrito a motocicletas. Certamente ampliar o olhar para o transporte coletivo e o desenvolve-lo é uma opção lógica, mas algumas maneiras de lidar com esses problemas mostram alternativas que da mesma forma auxiliará em alguns outros pontos na mobilidade de nosso país.
Impactos no transporte coletivo e propostas do governo
Estudos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) mostram que o transporte público perdeu até 60% de sua participação no total de viagens motorizadas em algumas capitais brasileiras. Em Manaus, por exemplo, o número caiu de quase 80% em 2005 para apenas 20,4% em 2024. A retração também é significativa em cidades como São Paulo, Rio de Janeiro e Salvador.
Diante desse cenário, o Ministério dos Transportes propõe medidas para facilitar o acesso à CNH, como a flexibilização do processo de formação com aulas teóricas online e a atuação de instrutores autônomos para aulas práticas. O modelo poderá reduzir os custos em até 80%.
Infraestrutura e velocidade sob análise
Paralelamente, a Senatran está desenvolvendo um manual de gestão de velocidade para orientar os municípios sobre limites adequados e o uso de dispositivos moderadores de tráfego. A proposta reconhece que o controle efetivo da velocidade passa por redesenho viário, sinalização adequada e infraestrutura segura para todos os modais.
Para o órgão, a solução não está em penalizações ou aumento de tributos, mas sim em políticas públicas que promovam inclusão, educação e acesso a alternativas reais de mobilidade, especialmente para as populações mais vulneráveis.