Tarifas draconianas de Trump atingem o Brasil, mas poupam Embraer e suco de laranja

Foto: Divulgação/reprodução
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Em 30 de julho de 2025, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou uma ordem executiva impondo uma tarifa de 50% sobre a maior parte das importações brasileiras, enquadrando a medida como retaliação à suposta “caça às bruxas” contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, atualmente submetido a julgamento por alegações de conspiração para golpe de Estado. Contudo, o texto da ordem prevê isenções para setores estratégicos, como aeronaves civis, motores e suco de laranja, beneficiando diretamente empresas como a Embraer e produtores de commodities agrícolas.

Segundo estimativas do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), 35,9% do valor das exportações brasileiras para os EUA estará sujeito à tarifa de 50%, enquanto outros 44,6% permanecerão sob a alíquota anterior de 10% e 19,5% serão tributados pelas tarifas globais, que variam entre 25% e 50%.

Entre os produtos excluídos da sobretaxa estão setores já submetidos a tarifas setoriais — como ferro, aço, alumínio, veículos de passeio e componentes —, além de itens específicos como aeronaves civis e seus componentes, suco de laranja, minério de ferro, petróleo bruto, gás natural, ouro, prata, polpa de madeira e fertilizantes.

Em comunicado oficial, o Tesouro dos EUA justificou a adoção das tarifas com base em preocupações de segurança nacional e em retaliação às ações do STF brasileiro contra aliados de Bolsonaro. O secretário do Tesouro, Scott Bessent, acusou o ministro Alexandre de Moraes de promover uma “campanha opressiva de censura e detenções arbitrárias” que violariam direitos humanos.

Em Brasília, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva classificou as medidas americanas como “injustificáveis” e reafirmou disposição para negociar, advertindo, porém, que o Brasil pode adotar contra-medidas caso seus interesses sejam ameaçados. O ministro da Fazenda, Rogério Ceron, declarou que “não enfrentamos o pior cenário”, ressaltando que a extensão das isenções ameniza o impacto sobre grandes exportadores, mas advertiu que o choque tarifário ainda pode pressionar atividade econômica e inflação doméstica.

No mercado financeiro, as ações da Embraer (EMBR3.SA) e da Suzano (SUZB3.SA) registraram alta imediata após o anúncio, enquanto o real chegou a ceder cerca de 1% frente ao dólar, retomando parte das perdas ao se conhecerem os detalhes das isenções.

A medida entrará em vigor em 6 de agosto de 2025, concedendo às empresas brasileiras um prazo de sete dias para se adequar às novas condições. Analistas alertam que, embora a preservação de setores-chave reduza danos imediatos, as tarifas podem agravar tensões diplomáticas e afetar o superávit comercial do país no médio prazo.


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