STF confirma ameaça de prisão de Bolsonaro por Freire Gomes, atesta ex-comandante da FAB

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Brasília, 21 de maio de 2025 – Em depoimento ao Supremo Tribunal Federal (STF) nesta quarta-feira (21), o ex-comandante da Aeronáutica, tenente-brigadeiro Carlos de Almeida Baptista Júnior, confirmou que o então comandante do Exército, general Marco Antônio Freire Gomes, ameaçou dar “voz de prisão” ao ex-presidente Jair Bolsonaro caso ele tentasse executar plano de golpe de Estado após as eleições de 2022 .

Oitiva no STF e ação penal

A confirmação ocorreu no âmbito da Ação Penal nº 2668, aberta em 11 de abril de 2025 pelo ministro Alexandre de Moraes para apurar suposta tentativa de golpe de Estado que visava impedir a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva . As audiências, conduzidas pelo relator com a participação das ministras Cármen Lúcia, Luiz Fux e Cristiano Zanin, reúnem testemunhas de acusação e de defesa por videoconferência, em sessões marcadas entre 19 de maio e 2 de junho de 2025 .

Perfil de Freire Gomes

Marco Antônio Freire Gomes, general da reserva e ex-comandante do Exército de 31 de março a 30 de dezembro de 2022, chegou ao posto em substituição a Paulo Sérgio Nogueira, quando o então ministro da Defesa, Walter Braga Netto, deixou a pasta para concorrer como vice‐presidente na chapa de Bolsonaro . Com longa trajetória nas Forças Armadas, Freire Gomes foi comandante de Operações Terrestres e do Comando Militar do Nordeste antes de assumir a chefia do Exército.

Confronto de depoimentos

Em sua oitiva no dia 19 de maio, Freire Gomes negou ter proferido qualquer ameaça de prisão a Bolsonaro, argumentando que o Exército não participaria de iniciativas contrárias à Constituição . Contudo, Baptista Júnior contrariou essa versão: “Confirmo [a ameaça], sim, senhor. O general Freire Gomes é educado e não falou com agressividade ao presidente, mas foi isso que ele falou. Com calma e tranquilidade: ‘Se você tentar isso, eu vou ter que lhe prender’” .

Possíveis desdobramentos

A divergência entre os dois generais reforça o esforço do Ministério Público junto ao STF para comprovar que houve articulação interna das Forças Armadas na tentativa de subverter a transição democrática, parte da chamada Operação Contragolpe, que indiciou 40 pessoas pela Polícia Federal em novembro de 2024 por crimes como abolição violenta do Estado democrático de Direito e organização criminosa . O desfecho do processo pode estabelecer precedentes sobre a responsabilização de militares em episódios de crise institucional.


 

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