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Orçamento de 2025: serviços essenciais como aposentadoria, água e internet sob ameaça por cortes

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil.
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil.

Os cortes no orçamento para 2025, definidos pela equipe econômica do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, desencadearam uma crise entre diversos ministérios. Essas reduções podem comprometer a execução de atividades e serviços públicos essenciais.

Com o intuito de manter os investimentos no mesmo patamar de 2024, o governo decidiu reduzir despesas administrativas de ministérios e autarquias. As informações foram obtidas pelo jornal O Estado de S. Paulo, que teve acesso a documentos internos do governo.

Esses documentos mostram que os recursos previstos para o próximo ano são insuficientes e afetarão desde a Previdência Social até a disponibilidade de água e internet em prédios governamentais.

Impacto dos Cortes no Orçamento de 2025

Cortes orçamentários do Governo Lula para 2025 criam desafios entre ministérios
Créditos: depositphotos.com / thenews2.com

Os cortes orçamentários programados para 2025 se somam ao congelamento de R$ 15 bilhões decretado em 2024, agravando ainda mais a situação financeira. A alta nas despesas obrigatórias, como benefícios previdenciários, e a ampliação das emendas parlamentares também pressionam o orçamento.

O Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) recebeu um orçamento preliminar de R$ 1,9 bilhão para 2025. No entanto, o órgão afirmou que necessita de R$ 2,4 bilhões para cobrir todas as despesas. Segundo o INSS, “o valor estipulado atualmente pelo governo não será suficiente para cumprir seus contratos em vigor até o final do exercício”.

Como os Serviços Públicos Serão Impactados?

A Telebras, responsável por fornecer internet a vários órgãos públicos, recebeu um orçamento de R$ 299 milhões, mas necessita de R$ 1 bilhão para manter suas operações. A falta de recursos pode afetar 1.650 agências do INSS, 17 mil escolas públicas e outros serviços essenciais.

O Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional, que obteve um orçamento preliminar de R$ 2 bilhões, declarou que precisa de R$ 5,72 bilhões para suas atividades. A insuficiência de recursos deve comprometer a distribuição de água no semiárido e os atendimentos emergenciais da Defesa Civil.

O gabinete da Vice-Presidência da República, liderado por Geraldo Alckmin, também solicitou mais R$ 600 mil, além dos R$ 5,4 milhões recebidos para despesas administrativas, incluindo fornecimento de água e energia elétrica. Já o Ministério de Minas e Energia solicitou um aumento de R$ 97 milhões para custear atividades da PPSA e outras despesas administrativas.

O Ministério da Igualdade Racial pediu um adicional de R$ 82,5 milhões para ações de combate ao racismo.

Desafios para o Ministério dos Transportes e Funai

No Ministério dos Transportes, o orçamento preliminar indica R$ 14,6 bilhões para o PAC, mantendo os valores de 2024, mas com uma redução de R$ 200 milhões nas despesas administrativas. De acordo com o secretário-executivo George Santoro, “isso demanda um esforço administrativo adicional, um esforço de gestão e governança maior”.

A Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) solicitou um aumento de R$ 294 milhões, afirmando que os R$ 558 milhões previstos não são suficientes para atender todas as demandas do órgão. A falta de recursos pode comprometer a execução de políticas públicas indigenistas.

O orçamento de 2025 ainda está em fase de elaboração e deve ser finalizado até 30 de agosto. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou um corte de R$ 25,9 bilhões em despesas obrigatórias, com o objetivo de cumprir as regras fiscais.

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