Em 7 de julho de 2025, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu o líder cubano Miguel Díaz-Canel para um almoço de trabalho no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM), local que sediou a 17ª Cúpula de Chefes de Estado do BRICS. O encontro ocorreu às 15h30, após declaração à imprensa concedida às 14h na sala de coletiva do Vivo Rio, e reuniu representantes dos cinco países-membros e nações parceiras do bloco .
Esta foi a primeira participação de Cuba na cerimônia dos países-membros, estendida por convite do governo brasileiro. O regime de Havana carrega uma dívida de US$ 1,2 bilhão junto ao Brasil, resultante de financiamentos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para projetos como a expansão do Porto de Mariel. O apoio diplomático do Itamaraty, dado em 2024 para conceder a Cuba o status de país parceiro do BRICS, reforçou a proximidade bilateral apesar do passivo financeiro .
As relações entre Brasil e Cuba remontam a 1906, mas ganharam contornos ideológicos após a eleição de Lula em 2003, quando Brasília assinou protocolos de cooperação em saúde e educação com Havana, incluindo o reconhecimento de diplomas médicos. Sob a presidência de Lula, a retomada do alinhamento ideológico fortaleceu intercâmbios partidários, acadêmicos e econômicos, consolidando Cuba como voz ativa do Caribe no cenário multilateral .
A decisão de almoçar com Díaz-Canel gerou reações críticas de setores da oposição e da imprensa. Em editorial, o jornal O Globo qualificou a presença de Lula ao lado de líderes autoritários como “contraditória” ao discurso democrático que o elegeu, citando o cubano entre um “escol invejável de ditadores” e questionando a coerência do gesto .
Apesar das críticas, analistas de Relações Internacionais avaliam que a inclusão de Cuba no debate do BRICS reforça as perspectivas caribenhas nas discussões sobre moedas alternativas, transição energética e modelos de cooperação Sul-Sul, ampliando o escopo de vozes do Global South no bloco .
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