A primeira-dama Rosângela “Janja” da Silva antecipou a viagem para Nova York e deve se hospedar na residência oficial do embaixador do Brasil junto à ONU, endereço tradicionalmente usado por autoridades brasileiras. Lula é esperado apenas no domingo (21) para a semana de abertura da 80ª Assembleia-Geral. Não há qualquer registro público de “medo de deportação”; trata-se de logística e protocolo.
Em paralelo, a delegação brasileira ainda enfrenta atrasos na liberação de vistos por parte dos Estados Unidos. O tema foi levado pelo Itamaraty ao comitê da ONU responsável pelo país-sede, e a própria organização classificou a demora como “preocupante”. O quadro pode forçar ajustes na comitiva presidencial.
O pano de fundo é sensível para o governo: o Tribunal de Contas da União apontou R$ 55,497 milhões pagos pela Presidência com cartões de pagamento entre janeiro de 2023 e abril de 2025, com 99,5% dessas despesas classificados como “reservadas” — um porcentual recorde e alvo de cobranças por transparência. Em viagens anteriores, a assessoria de Janja já alegou uso de residência oficial (sem custo de hospedagem), mas pedidos via Lei de Acesso à Informação geraram questionamentos sobre critérios de sigilo e diárias de assessores.
Em resumo: a opção pela residência oficial em Nova York é previsível do ponto de vista diplomático — e, em tese, mais austera do que hotel. Mas, enquanto o governo não esclarece os gastos e o sigilo em torno do cartão corporativo, cada deslocamento internacional continuará sob escrutínio.
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