O Brasil registrou mais de 110 mil casos e 500 mortes por Covid-19 apenas em 2025, segundo o Painel Coronavírus do Ministério da Saúde. A média diária é de 2.300 novos diagnósticos. O pico de infecções ocorreu entre os dias 5 e 11 de janeiro, com 23.512 notificações. Após o Carnaval, os números voltaram a subir, passando de 13.709 novos casos na semana 7 para 22.097 na semana 8.
Na Bahia, o vírus já causou 12 mortes neste ano. Em Salvador, onde a folia reuniu milhares de pessoas, foram 482 novos casos em apenas 10 dias. Com o fim das festas, a busca por atendimento médico para doenças respiratórias aumentou nos postos de saúde e hospitais.
Às vésperas do Carnaval, nenhum estado registrava alta incidência de síndrome respiratória aguda grave (SRAG) causada pela Covid-19. Estados como Amazonas, Roraima, Rondônia, Pará, Maranhão, Sergipe e Mato Grosso mostravam estabilidade ou oscilação. No entanto, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) alertou que a aglomeração favoreceria a propagação do vírus, o que se confirmou com o aumento expressivo das infecções.
O Ministério da Saúde relatou que a Covid-19 é a principal causa de síndromes respiratórias graves, representando 48% dos casos e 87% das mortes associadas. As regiões Norte e Centro-Oeste são as mais afetadas, com Mato Grosso, Ceará, Roraima, Distrito Federal e Minas Gerais apresentando as maiores taxas de incidência.
Nos laboratórios privados, a taxa de positividade para Covid-19 subiu, chegando a 24%, o maior percentual do ano até agora. A Rede Nacional de Laboratórios de Saúde Pública realizou 281.743 exames de RT-PCR em 2025, com 7.706 amostras positivas. A última semana analisada registrou uma taxa de positividade de 2,53%, principalmente nas regiões Norte, Sul e Centro-Oeste.
Crianças e adolescentes também estão no radar das autoridades sanitárias. Com a volta às aulas, casos de SRAG aumentaram entre menores de 14 anos em sete estados: Acre, Pará, Roraima, Tocantins, Sergipe, Goiás e Distrito Federal. Em Goiás e no DF, o vírus sincicial respiratório (VSR) foi identificado como o principal causador das complicações, afetando especialmente bebês de até dois anos.
Governo Lula não faz o básico
O ex-presidente Jair Bolsonaro ironizou ministros do governo Lula que não tomaram todas as doses da vacina contra a Covid-19. Como revelou a coluna de Tácio Lorran, 12 ministros da atual gestão estão com a vacinação incompleta. “Para esses negacionistas/terraplanistas, recomendo a Pfizer ou mRNA”, provocou Bolsonaro.
Entre os ministros sem vacinação completa estão José Múcio (Defesa), Ricardo Lewandowski (Justiça), General Amaro (GSI), Marina Silva (Meio Ambiente), Luiz Marinho (Trabalho), Fernando Haddad (Fazenda), entre outros. A incoerência dentro do governo levanta questionamentos sobre a postura das autoridades diante do aumento de casos no país.
