Governo Trump convoca Eduardo Bolsonaro para reunião em Washington

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Em um movimento inédito na crise diplomática deflagrada entre Brasil e Estados Unidos em abril deste ano, o governo do presidente Donald Trump convidou o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) para uma reunião na Casa Branca, agendada para esta sexta-feira, 8 de agosto de 2025, com o objetivo de debater as sanções comerciais impostas ao Brasil e avaliar propostas de pressão política. A convocação foi confirmada pelo próprio parlamentar em publicação no Instagram, na qual declarou sentir-se “muito feliz com esse convite” do gabinete de transição do presidente Trump .

Desde 18 de março de 2025, quando Eduardo Bolsonaro se licenciou do mandato federal para residir nos Estados Unidos e atuar como emissário político em Washington, ele intensificou contatos com integrantes da administração Trump e lideranças conservadoras americanas. Em seu lobby junto à Casa Branca e ao Congresso dos EUA, o parlamentar desempenhou papel central na adoção de tarifas de 50% sobre importações brasileiras, anunciadas em carta pública de 9 de julho de 2025 e vigentes desde 1º de agosto de 2025 .

O “tarifaço” americano, justificado pelo governo Trump como retaliação à suposta “perseguição” judicial contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, nas decisões do Supremo Tribunal Federal relativas à tentativa de golpe de 8 de janeiro de 2023, sucedeu tarifas preliminares de 10% aplicadas em abril de 2025. Essas medidas, inéditas em sua magnitude, afetaram setores estratégicos da economia brasileira, como café, carne bovina e suco de laranja .

Em reação à convocação, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva classificou o ato como “traição à pátria” e criticou Eduardo Bolsonaro por incentivar sanções que prejudicam trabalhadores e empresas brasileiras. Em coletiva realizada em 6 de agosto de 2025, Lula reafirmou a independência do Judiciário nacional e anunciou que o Brasil recorrerá à Organização Mundial do Comércio para contestar as tarifas impostas pelos EUA .

Especialistas avaliam que o encontro na Casa Branca poderá oficializar um canal de diálogo direto entre Brasília e Washington, abrindo caminho para negociações de exceções setoriais às tarifas, conforme histórico de cerca de 700 dispensas concedidas pelo governo Trump em casos anteriores de sanções econômicas .


 

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