Governo Lula se retira de aliança internacional de memória do Holocausto

Reprodução da internet
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Brasil se retira de aliança internacional de memória do Holocausto

Na quinta-feira, 24 de julho de 2025, o governo de Luiz Inácio Lula da Silva comunicou a saída do Brasil da Aliança Internacional para a Memória do Holocausto (IHRA), da qual o país atuava como membro observador desde 2021. O anúncio foi feito pelo Ministério das Relações Exteriores de Israel e informado à embaixada em Brasília, conforme confirmou o portal Metrópoles .

O IHRA, criado em 1998 com o propósito de fortalecer a educação, a pesquisa e a lembrança do Holocausto e de combater o antissemitismo, reúne atualmente 34 países membros e sete observadores . A participação do Brasil como observador teve início em 2021, quando o país foi convidado a integrar o grupo que formula diretrizes para preservação da memória e desenvolvimento de políticas de enfrentamento às manifestações antijudaicas .

O rompimento ocorre em meio a crescente tensão diplomática entre Brasília e Tel Aviv, intensificada pela postura de crítica do governo brasileiro às operações militares israelenses na Faixa de Gaza e pelo apoio oficial do Brasil à ação judicial movida pela África do Sul na Corte Internacional de Justiça (CIJ), que acusa Israel de genocídio contra a população palestina . Em fevereiro de 2024, o presidente Lula chegou a comparar tais operações ao Holocausto, o que motivou sua declaração como persona non grata em Israel e o subsequente recolhimento do embaixador brasileiro em Tel Aviv .

Fontes diplomáticas israelenses informaram ao Metrópoles que o Itamaraty não divulgou justificativas oficiais para a saída do Brasil da IHRA, limitando-se a confirmar que a decisão já foi comunicada à embaixada israelense em Brasília . Paralelamente, o governo brasileiro oficializou, em 23 de julho de 2025, sua participação no processo da CIJ, declarando ser imperativo que a comunidade internacional não permaneça inerte diante de “atrocidades em curso” .

A repercussão foi imediata: em rede social, o Ministério das Relações Exteriores de Israel qualificou o movimento brasileiro como “falha moral profunda”, ao destacar que a decisão de se retirar da IHRA, simultaneamente ao ingresso no processo judicial, compromete o compromisso com a lembrança do Holocausto . No Brasil, o ex-juiz e ex-ministro Sergio Moro classificou a retirada como “mais um vexame” para a diplomacia nacional .

Em meio ao quadro de distanciamento, persiste a indefinição sobre a nomeação do embaixador de Israel em Brasília, Gali Dagan, cuja indicação ainda não foi aprovada pelo Itamaraty, fator que agrava as incertezas sobre a normalização das relações bilaterais no curto prazo .


 

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