Flávio Bolsonaro pede freio no STF após “denúncia-bomba” contra Moraes

Foto: Pedro França/Agência Senado
Foto: Pedro França/Agência Senado

O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) anunciou que vai oficiar todos os ministros do Supremo para suspender o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro e abrir, de imediato, uma investigação sobre a acusação feita pelo ex-assessor do TSE Eduardo Tagliaferro contra o ministro Alexandre de Moraes. Segundo Tagliaferro, Moraes teria ordenado a alteração irregular de documentos para justificar uma operação da Polícia Federal — o que configuraria fraude processual.

A denúncia veio à tona em audiência da Comissão de Segurança Pública do Senado, em 2 de setembro. Tagliaferro levou papéis e metadados que, segundo ele, mostram mudança de data em peça usada como base para ação policial em 2022, no caso dos empresários investigados por mensagens pró-golpe. Moraes rebateu: disse que os procedimentos foram regulares e que nega as acusações.

Flávio elevou o tom: falou em “fato sem precedentes” e classificou o voto de Moraes como “encenação absurda”. Em redes sociais, publicou “SEM PROVAS, SEM LEI” e acusou o STF de restringir o direito de defesa da equipe de Bolsonaro — que, diz ele, teria tido acesso apenas parcial a arquivos e enfrentado barreiras técnicas. “É um processo viciado desde a origem”, afirmou.

No tabuleiro político, aliados de oposição preparam pedidos formais para que o Supremo apure as acusações e pause o julgamento enquanto elas são verificadas. A Comissão do Senado, por sua vez, adiou decisões sobre encaminhamentos após parecer da Advocacia do Senado recomendar cautela por haver documentos sob sigilo judicial. Tagliaferro já prestou depoimento à PGR. Ou seja: o roteiro está longe do capítulo final.

O que está em jogo • O julgamento no STF mira a chamada “trama golpista” pós-eleição de 2022, em que Bolsonaro e aliados respondem por tentativa de abalo institucional. A defesa alega ausência de provas; críticos dizem que o conjunto indiciário é robusto. A nova denúncia adiciona pressão política e jurídica no meio do placar.

Próximos passos • Senadores devem formalizar ofícios aos ministros do STF pedindo a suspensão do julgamento e a abertura de apuração.
• A PGR pode avaliar medidas iniciais (como requisição de informações) para checar a materialidade do que foi dito na comissão.
• O STF, até aqui, mantém o julgamento em curso; qualquer interrupção dependerá de decisão colegiada ou de medida cautelar.

Contexto essencial • A acusação central é contestada por Moraes, que nega adulteração e afirma regularidade dos atos.
• A comissão do Senado tratou o material com cautela por envolver peças sob sigilo.
• O caso, por envolver o presidente de Turma do STF à época e uma operação da PF, tem peso institucional raro — e potencial para reabrir discussões sobre limites entre Judiciário, PF e órgãos eleitorais.

Frase do dia “Sentença não é livro autoral do ministro; é preciso prova, nexo e respeito à Constituição”, disse Flávio Bolsonaro, defendendo que o Supremo só avance com investigação independente em paralelo.

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