Embaixada dos EUA cita separação de poderes e renova críticas a Moraes

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Embaixada dos EUA sobe o tom contra Moraes; Itamaraty convoca encarregado e fala em “ameaças”

A Embaixada dos Estados Unidos no Brasil publicou no X (antigo Twitter) novas mensagens com críticas ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes e um recado aos seus aliados, afirmando “monitorar de perto” a situação e dizendo que quem “apoiar ou facilitar” condutas atribuídas ao magistrado “está avisado”. A postagem, associada a comunicação oficial recente do governo norte-americano, intensificou a tensão diplomática entre os dois países.

A reação do governo brasileiro foi imediata: o Ministério das Relações Exteriores convocou na sexta-feira (8.ago) o encarregado de Negócios dos EUA, Gabriel Escobar, para dar explicações. Em nota, o Itamaraty expressou “profunda indignação” com o teor e o tom das mensagens, classificadas como inaceitáveis por configurarem ingerência em assuntos internos do Judiciário.

Ministros do STF também criticaram publicamente a embaixada. Flávio Dino afirmou que não cabe a país estrangeiro “avisar” ou “monitorar” magistrados brasileiros, rechaçando qualquer intimidação externa ao funcionamento da Corte.

O endurecimento do discurso ocorre no rastro de medidas formais adotadas por Washington. Em 30 de julho, o governo dos EUA anunciou sanções ao ministro Alexandre de Moraes por “graves violações de direitos humanos”, no âmbito do Global Magnitsky Act — ato que permite restrições a indivíduos no exterior. A embaixada vem reforçando, em seus canais oficiais, que seguirá usando instrumentos diplomáticos, políticos e legais em defesa da liberdade de expressão.

A crise ganhou temperatura extra no contexto do processo que envolve o ex-presidente Jair Bolsonaro. Na última semana, Moraes determinou a prisão domiciliar do ex-chefe do Executivo por descumprimento de restrições judiciais, medida que dividiu o país e foi acompanhada de manifestações. O caso elevou a sensibilidade institucional e tornou mais explosiva qualquer sinalização de atores estrangeiros.

Quadro geral — O que está em jogo • Diplomacia: a convocação do representante americano pelo Itamaraty marca mais um capítulo da deterioração recente nas relações bilaterais, já abaladas por tarifas comerciais e trocas de acusações.
• Judiciário: o STF reafirma autonomia e repudia pressões externas; ministros pedem respeito à soberania.
• EUA: a embaixada ecoa a linha dura de Washington, combina mensagens públicas com medidas concretas (sanções) e diz acompanhar “de perto” a cena brasileira.

Próximos passos O Itamaraty deve formalizar novo protesto diplomático caso o tom dos comunicados se mantenha. No STF, a expectativa é de que o tribunal siga deliberando sem considerar “ruído” externo — ao menos é o que indicam as manifestações públicas dos ministros. No plano bilateral, haverá monitoramento de eventuais desdobramentos das sanções e de como a embaixada calibrará futuras publicações.

Sugestão de foto (free): fachada do Supremo Tribunal Federal, em Brasília, em plano geral. Banco de imagens livre (pesquisar “Supremo Tribunal Federal Brasília” em Unsplash ou Pexels).

Assinatura: Hamilton Silva — DFMobilidade
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