Em uma declaração que repercute amplamente, o bilionário Elon Musk afirmou que o “deep state” dos Estados Unidos financiou a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva sobre Jair Bolsonaro nas eleições presidenciais brasileiras de 2022. A afirmação foi feita em resposta a uma publicação do senador republicano Mike Lee, que questionou se o governo dos EUA havia financiado a derrota de Bolsonaro por Lula, expressando indignação com tal possibilidade. Musk respondeu: “Bem, o ‘deep state’ dos EUA fez exatamente isso”.
A expressão “deep state” refere-se a uma teoria da conspiração que sugere a existência de um governo paralelo operando independentemente dos líderes eleitos. A declaração de Musk ocorre em meio a uma visita de Eduardo Bolsonaro, deputado federal e filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, a Washington D.C. Eduardo está se reunindo com parlamentares republicanos, incluindo Mike Lee, em busca de informações que sustentem a narrativa de que o governo de Joe Biden interferiu nas eleições brasileiras de 2022 por meio da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAid).
A USAid, criada nos anos 1960, destinou em 2023 cerca de US$ 40 bilhões a projetos em 130 países, incluindo o Brasil, em áreas como governança e combate à desinformação. A agência tem sido alvo de críticas de aliados de Trump e Bolsonaro, que alegam, sem evidências, que os recursos foram utilizados para influenciar o processo eleitoral brasileiro. Tanto Trump quanto Musk expressaram a intenção de desmantelar a USAid, acusando-a de viés ideológico.
Até o momento, não há evidências concretas que corroborem as alegações de interferência americana nas eleições brasileiras. Registros indicam que os EUA alertaram Bolsonaro sobre a rejeição a qualquer ruptura democrática em caso de derrota nas urnas e condenaram os ataques às sedes dos Três Poderes em 8 de janeiro de 2023. As declarações de Musk e as ações de Eduardo Bolsonaro parecem fazer parte de uma estratégia para fortalecer a narrativa de interferência externa, visando criar um ambiente favorável a propostas de anistia para os envolvidos nos ataques de 8 de janeiro e possivelmente reabilitar Jair Bolsonaro politicamente para as eleições de 2026.
A repercussão dessas declarações e movimentos políticos ainda está em desenvolvimento, e é provável que continuem a influenciar o cenário político tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos nos próximos meses.