Concessionária ligada ao “Careca do INSS” movimentou R$ 56,6 milhões sob suspeita; CPMI mira carros e viagens

Reprodução das redes sociais
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A compra e venda de veículos de luxo de uma loja associada ao lobista Antonio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS”, movimentou R$ 56,6 milhões entre outubro de 2023 e maio de 2024, segundo Relatório de Inteligência Financeira do Coaf anexado ao inquérito da Operação Sem Desconto, da Polícia Federal. A Aielo Motors, instalada na Avenida dos Bandeirantes, em São Paulo, aparece no documento por transações vinculadas ao lobista, apontado pela PF como operador do suposto esquema de fraudes no INSS.

O relatório indica que parte dos repasses teria sido feita via Prospect Consultoria Empresarial, empresa de Antunes que, de acordo com a PF, servia para irrigar o pagamento de propina a agentes do INSS e do Ministério da Previdência. A PF sustenta que a circulação de valores por compra e venda de carros e imóveis foi usada para lavar dinheiro. A defesa do proprietário da Aielo afirmou desconhecer o caso e disse que só se manifestará após eventual notificação oficial.

Contexto — A Operação Sem Desconto, deflagrada em 2025 em conjunto com a CGU, apura descontos indevidos em aposentadorias e pensões e estima um rombo bilionário aos cofres públicos. Em junho, a PF informou bloqueio de imóveis e outras medidas para rastrear patrimônio de investigados.

Pressão política — Na manhã desta quinta-feira (4.set.2025), a CPMI do INSS aprovou requerimento do vice-presidente do colegiado, deputado Duarte Júnior (PSB-MA), pedindo à PF a relação dos veículos apreendidos e informações detalhadas sobre os bens associados ao lobista, inclusive os confiscados em 20 de maio de 2025. Outros requerimentos tratam do histórico de entradas e saídas do país e de dados financeiros.

Quem é o investigado — Antunes, o “Careca do INSS”, é citado pela PF como intermediário financeiro de entidades associativas e detentor de dezenas de empresas, com movimentações incompatíveis com a renda declarada, segundo relatórios obtidos pela imprensa.

Próximos passos — A comissão busca cruzar dados de patrimônio, viagens e veículos para identificar eventual ocultação de bens e trilhas de lavagem. Depoimentos de suspeitos estão sendo organizados para as próximas sessões.

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