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Com ida de Flávio Dino para STF, partido de Lula teme perder ministério da Justiça para centrão

Foto: Bruno Spada/Câmara dos Deputados
Foto: Bruno Spada/Câmara dos Deputados

Gestão petista da segurança pública na Bahia descredencia partido. Dino é o mais cotado para vaga de Rosa Weber, no Supremo

O Partido dos Trabalhadores já armou a estratégia para assumir a dianteira na disputa de bastidores por uma das pastas mais importantes da Esplanada: o Ministério da Justiça, caso se confirme a indicação de Flávio Dino (PSB/MA) para o Supremo Tribunal Federal. O político é hoje o favorito para a vaga da ministra Rosa Weber, que se aposenta no final deste mês. Entre os nomes cotados para a vaga de Dino está até mesmo o da presidente do PT, Gleisi Hoffmann.

O cargo é considerado estratégico pela interface com vários setores do Executivo, tanto nas áreas de segurança, economia e relações internacionais, quanto pelo controle de órgãos sensíveis, como a Polícia Federal e a Polícia Rodoviária Federal. A subdivisão da pasta, retirando do Ministério da Justiça o comando da Segurança Pública, tem a oposição da atual gestão. É também o ponto fraco de Dino, que, segundo críticos do ministro, não tem projeto para o setor. A segurança pública escalou para o topo das cobranças da população, de acordo com avaliações recentes do governo federal.

A situação vem expondo o governo Lula a desgaste, com episódios rumorosos inclusive envolvendo órgãos federais, como o caso – considerado “emblemático do descontrole” – da abordagem da Polícia Rodoviária Federal que resultou na morte de uma criança de 3 anos, no Rio de Janeiro. O crime levou Lula a uma rede social para declarar que é “algo que não pode acontecer” – sinalizando com um limite claro ao subordinado no ministério.

A resposta de Dino foi considerada “tímida”, por observadores do Planalto. O ministro determinou abertura de investigação pela PF e apuração interna. “Nós do Ministério da Justiça estamos acompanhando, mas não nos cabe antecipar juízo”- declarou. “Há um esforço sincero de redução das mortes de ação policial na PRF”.

Em caso de desdobramento da pasta da Justiça – iniciativa que também chegou a ser cogitada durante o mandato de Jair Bolsonaro – o PT conta com uma fragilidade política: a explosão da violência urbana na Bahia no decorrer das gestões do partido no estado. A Bahia lidera o hanking de mortes por atos violentos há 4 anos, superando Rio e São Paulo, estados mais populosos e com histórico de altíssimos índices.

Em Salvador e cidades importantes do estado, como Juazeiro, o crime organizado mede forças com as autoridades de segurança, inclusive com atos de provocação, como ataques a delegacias, órgãos de segurança e incineração de ônibus. A morte de um policial federal, com mais de 10 anos de carreira na instituição, durante confronto com marginais, na última sexta, também levou Lula a se manifestar publicamente, em mais um sinal de desgaste provocado pela segurança pública. Na ocasião, Lula declarou “profunda tristeza e indignação”.

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