O presidente do PP, senador Ciro Nogueira (PI), afirmou em entrevista à Folha que o novo ministro da Secretaria de Comunicação (Secom), Sidônio Palmeira, “está acabando” com Lula (PT) ao incentivar o presidente a falar mais. Para ele, a exposição excessiva só agrava a baixa aprovação do petista, que precisaria se reinventar — algo que Nogueira considera improvável.
Mesmo com o deputado André Fufuca (PP) no comando do Ministério do Esporte, o senador ameaça desembarcar do governo e puxar outros partidos do centrão. No entanto, diz preferir garantir “governabilidade” para Lula até a “transição” para um próximo presidente, já contando com um nome da direita.
“Se o governo não tiver uma mudança radical agora, de rumos para o país, não tem como nem a gente, daqui a pouco, permitir que os membros do partido participem desse governo”, afirmou o ex-ministro da Casa Civil de Jair Bolsonaro (PL).
Apesar de ter um ministério, Ciro Nogueira defende o rompimento do PP com o governo Lula. “Defendo que nem tivesse entrado. Foi um erro. É um governo completamente ultrapassado, com o presidente isolado, sem vontade de tomar as decisões que o país precisa.”
Sobre Arthur Lira (PP-AL), ex-presidente da Câmara, ele negou que o parlamentar vá integrar o governo e disse que o partido pode anunciar em breve uma decisão definitiva sobre o desembarque.
“Se depender de mim, não [entra]. Não queria, mas está muito próximo de termos que reunir o partido e tomar uma decisão definitiva de desembarcar”, afirmou.
Nogueira revelou que está sendo pressionado a tirar Fufuca do Ministério do Esporte e avalia que um desembarque do PP poderia levar outros partidos do centrão, como União Brasil e Republicanos.
