Alexandre Bompard, CEO do Grupo Carrefour que anunciou o embargo à carne bovina do Mercosul nas lojas da empresa na França, tem bilhões de motivos para se preocupar com a opinião dos consumidores do Brasil. Em 2023, por exemplo, a rede varejista faturou R$ 115 bilhões com as vendas no mercado brasileiro — o principal país do bloco sul-americano.
A cifra aparece nos relatórios de sustentabilidade da companhia. São os mesmos documentos em que a empresa expressa orgulho por vender carne bovina de alta qualidade no mercado brasileiro — de gado criado por pecuaristas locais. De acordo com o grupo, o Carrefour depende de quase 29 mil fazendas que engordam gado no território brasileiro para abastecer suas gôndolas no Brasil.
O método de engorda e manejo adotado por esses fazendeiros foi fundamental para que a empresa conseguisse reduzir suas emissões de gases em 30%.
Segundo a rede varejista, a carne bovina vendida nas lojas no país — produzida pelo agro nacional — não agride “a biodiversidade do planeta e suas florestas”. Além disso, as técnicas adotadas pelos criadores do brasileiros “melhoram as práticas agrícolas, as técnicas florestais e os processos de produção”.
Carrefour no Brasil
Atualmente, o Carrefour tem cerca de 1,2 mil lojas no Brasil, entre hipermercados, supermercados e unidades menores. Além dos pontos de venda que levam seu nome, a empresa também controla as redes Atacadão, Grupo Big e Sam’s Club. O faturamento do terceiro trimestre de 2024 fechou em R$ 29,6 bilhões. O resultado representa um crescimento de quase 5% sobre o ano anterior.
O Carrefour tem dois sócios principais no Brasil: a matriz francesa, que detém 67,4%, e a Península Investimentos (com 7,3%), empresa controlada pelos herdeiros do empresário Abílio Diniz, do Grupo Pão de Açúcar. O restante das ações é negociado na B3 — a bolsa de valores brasileira.