Em junho de 2025, a Receita Federal registrou arrecadação de R$ 234,6 bilhões em impostos e contribuições, o maior valor já anotado para o mês e alta real de 6,62% em relação a junho de 2024. No acumulado do primeiro semestre, a arrecadação alcançou R$ 1,426 trilhão, 4,38% acima do mesmo período do ano passado, também em termos reais. Trata-se dos melhores resultados para os respectivos períodos desde o início da série histórica, em 1995.
O desempenho foi sustentado, principalmente, pelo aumento temporário do IOF sobre operações financeiras — decreto editado no fim de maio e restabelecido pelo STF após derrubada no Congresso — e pela maior arrecadação de Imposto de Renda sobre aplicações financeiras, beneficiadas pela Selic mantida em 15% ao ano.
Apesar do avanço nas receitas, o Executivo projeta déficit primário de R$ 26,3 bilhões para 2025 (desconsiderados R$ 50 bilhões em pagamentos judiciais), pressionado pelo crescimento de despesas obrigatórias como benefícios sociais e gastos previdenciários. Especialistas avaliam que a dependência de medidas pontuais de aumento tributário pode comprometer a sustentabilidade fiscal e elevar o risco de novas tensões entre Executivo, Legislativo e Judiciário.
Analistas ressaltam ainda que, embora o resultado reflita a capacidade de cobrança do Fisco, a necessidade de recorrer a instrumentos excepcionais — como o ajuste no IOF — evidencia fragilidades na estrutura de receitas permanentes do governo federal.
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