Agro prevê perdas de quase US$ 6 bilhões com tarifa de Trump

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Um estudo divulgado em 22 de julho de 2025 apontou que as exportações brasileiras do agronegócio para os Estados Unidos somaram US$ 12 bilhões em 2024. Caso se confirme a imposição de tarifas de 50% anunciada pelo presidente Donald Trump, com vigência a partir de 1º de agosto de 2025, o setor deverá registrar um recuo de 48% no valor das importações norte-americanas, o que representa perdas de quase US$ 6 bilhões na receita dos exportadores brasileiros .

Em carta oficial encaminhada ao governo brasileiro em 9 de julho de 2025, Trump justificou o aumento tarifário pelo suposto “desequilíbrio” na balança comercial bilateral. Entretanto, nota técnica do Insper Agro Global demonstra que, em 2024, os Estados Unidos registraram superávit de US$ 283,8 milhões nas trocas comerciais com o Brasil, enquanto o agronegócio brasileiro obteve superávit de US$ 8,79 bilhões .

A projeção considera elasticidade de 0,48 na demanda norte-americana por produtos brasileiros, estimando que a elevação tarifária será integralmente repassada aos preços finais. Dessa forma, prevê-se uma redução de 48% nas receitas, equivalente à perda de quase US$ 6 bilhões no setor agropecuário do Brasil .

Entre as mercadorias mais afetadas estão o suco de laranja não congelado, cuja venda pode tornar-se inviável; madeira e açúcar sólido refinado, ambos com potencial de queda de 100%; além de carne bovina, cujo impacto pode chegar a até 33% das receitas de exportação .

Economistas consultados estimam que o “tarifaço” pode reduzir o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em até 0,5 ponto percentual em 2025, refletindo efeitos colaterais sobre câmbio e inflação, especialmente caso o dólar se mantenha acima de R$ 5,70 .

Em resposta ao anúncio, o vice-presidente Geraldo Alckmin articula reuniões com representantes do agronegócio e da indústria, enquanto o presidente Luiz Inácio Lula da Silva regulamentou, em 15 de julho de 2025, a Lei de Reciprocidade Comercial (Lei nº 15.122/2025) por meio do Decreto nº 12.551/2025, autorizando eventuais contramedidas tarifárias .

Para mitigar os efeitos do aumento tarifário, especialistas recomendam a diversificação de mercados e o redirecionamento de parte da produção para o mercado interno ou novos destinos internacionais, sobretudo em segmentos com demanda global resiliente, como carnes e café .

A medida aprofunda o clima de incerteza para o agronegócio brasileiro e reforça a urgência de estratégias de longo prazo voltadas ao fortalecimento da diplomacia comercial e à expansão de cadeias de valor fora dos Estados Unidos.


 

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