O Palácio do Planalto acionou a Casa Civil para uma reunião de emergência na noite desta terça-feira (28/10), horas depois de a megaoperação policial nos complexos do Alemão e da Penha, no Rio de Janeiro, escalonar e gerar dezenas de mortes — ao menos 64 no balanço preliminar divulgado no início da noite. A movimentação em Brasília veio na esteira da cobrança pública do governador Cláudio Castro, que afirmou que o estado “segue sozinho” no enfrentamento ao crime organizado e pediu apoio mais robusto do governo federal. Em paralelo, o presidente em exercício, Geraldo Alckmin, acompanhou as tratativas com auxiliares diretos.
A convocação emergencial evidencia o descompasso entre discurso e ação do governo federal na segurança pública. Após meses de promessas de integração e resultados, a reação ocorreu somente depois da crise transbordar para o noticiário nacional, com escolas fechadas, deslocamentos interrompidos e registros de confrontos prolongados em zonas densamente povoadas do Rio.
Nos bastidores, a pressão para que a União assuma protagonismo real — com coordenação, inteligência e suporte material — cresceu. A leitura entre autoridades locais é de que operações dessa magnitude, contra facções como o Comando Vermelho, exigem presença federal contínua, não respostas reativas. A reunião no Planalto, portanto, será um teste imediato para saber se o governo Lula vai sair da zona cinzenta entre notas oficiais e planos genéricos para um cronograma concreto de cooperação com resultados auditáveis.
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