Magela levou a pior: PT fala em democracia, mas decide tudo na cúpula, de cima para baixo

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O cancelamento das prévias do Partido dos Trabalhadores (PT) no Distrito Federal expôs mais uma vez a distância entre o discurso de democracia interna e a prática centralizadora da sigla. A decisão da executiva nacional de impedir a votação que escolheria o pré-candidato ao governo do DF, favorecendo Leandro Grass e esvaziando a candidatura de Geraldo Magela, repercutiu como um veto direto à participação da militância local.

Alguns donos do partido dizem que a prioridade é a candidatura do ex-presidiário Lula da Silva, todavia o que se denota é o autoritarismo partidário mais conhecido como centralismo democrático.

O diretório distrital havia aprovado a realização de prévias para definir o nome a ser apresentado pelo partido. A disputa entre Grass e Magela estava prevista para ocorrer ainda este ano. No entanto, a cúpula nacional interveio, determinando que não haverá prévias em nenhum estado, impondo a indicação de Grass como candidato.

A situação causou desconforto entre membros e lideranças regionais, especialmente pela forma como a decisão foi tomada. Geraldo Magela, histórico (líder fundador da Articulação -corrente interna- no PT do Distrito Federal e conhecido por sua defesa da participação interna, viu sua participação política ser limitada por uma determinação de instância superior, contrariando a construção de base que a legenda afirma defender.

A decisão reforça críticas recorrentes ao partido, que há décadas se apresenta como defensor de processos amplos, democráticos e participativos, mas, em momentos estratégicos, concentra o poder de decisão em poucas mãos. Para militantes e quadros locais, o episódio representa mais do que a escolha de um nome: simboliza o esvaziamento da autonomia partidária regional.

Ao privilegiar a vontade da executiva nacional, o PT indica que sua democracia interna pode ser relativizada quando interesses políticos maiores estão em jogo, deixando a militância em posição meramente decorativa dentro da estrutura partidária.

Por: Hamilton Silva é jornalista e editor-chefe do portal DFMobilidade 

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