O Brasil fechou setembro com um buraco de US$ 9,8 bilhões nas transações correntes — o pior resultado para o mês em toda a série iniciada em 1995. Em português claro: gastamos mais dólares do que trouxemos, e muito. A combinação de superávit comercial menor, remessas recordes de lucros/juros ao exterior e um déficit persistente em serviços acendeu um alerta que o Planalto finge não ouvir.
O dado mais incômodo é a velocidade do deterioro: o déficit de setembro ficou cerca de 32% maior que o do mesmo mês de 2024. No acumulado de 12 meses, o rombo já equivale a 3,6% do PIB — um descolamento perigoso para quem vende “normalidade” na macroeconomia enquanto aperta o contribuinte para fechar caixa. O governo comemorará que o Investimento Direto no País bateu US$ 10,7 bilhões no mês, mas, nem assim, foi suficiente para cobrir o buraco externo. É como encher a banheira com a torneira aberta e o ralo ainda maior.
A cereja do bolo amargo: o saldo comercial encolheu e a conta de renda primária (lucros, juros e dividendos enviados por empresas) ficou ainda mais negativa. Resultado: mais pressão cambial e menos gordura para absorver choques. Em vez de encarar a competitividade perdida, Brasília prefere empilhar remendos fiscais e discursos. Setembro deixou claro: a conta não fecha no papo.
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