Para Eduardo Bolsonaro, Trump elevou a pressão e chamou Lula à mesa

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O deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) afirmou que os elogios de Donald Trump a Lula na ONU fazem parte de uma tática conhecida do republicano: elevar a tensão, pressionar e, em seguida, reposicionar-se à mesa de negociação. Na publicação no X, ele citou inclusive as sanções impostas à esposa de Alexandre de Moraes como um “recado claro”.

O movimento seguinte veio rápido: após a “química excelente” no breve encontro em Nova York, Trump sinalizou para uma reunião com Lula “na próxima semana”. Em política externa, convite assim não é cortesia — é instrumento. E, aqui, o instrumento veio carregado de contexto: tarifas de 50% contra produtos brasileiros, vistos revogados e sanções a figuras ligadas ao núcleo do Judiciário. Ou seja, o aperto veio antes da conversa.

No tabuleiro, a peça mais barulhenta foi a sanção norte-americana contra Viviane Barci de Moraes e a inclusão do Instituto Lex na lista da OFAC, desdobramento da designação anterior do próprio ministro. É o tipo de mensagem que não precisa de tradutor: a agenda bilateral só avança se Brasília aceitar discutir os contenciosos — inclusive os de natureza política.

Lula, por sua vez, endureceu o tom na tribuna da ONU nesta terça-feira (23.set.2025), classificando as medidas de Washington como ataques unilaterais às instituições brasileiras. O Planalto tenta projetar soberania; Trump, previsivelmente, oferece a mesa… com anzol. Resta saber se o governo aceitará sentar com as cartas como estão ou exigirá rearranjo prévio.

Tradução prática para o leitor: Trump marcou o encontro e deixou a isca visível. Lula cai — e negocia sob pressão — ou declina — e prolonga a escalada? Em ambos os cenários, o custo político interno será alto. A diferença é quem pagará a conta primeiro: o governo, perante uma base que cobra “respostas duras”, ou a economia, diante do prolongamento das restrições comerciais.

No meio do fogo cruzado, a leitura de Eduardo Bolsonaro sobre a “estratégia Trump” ganhou combustível — e munição para o debate doméstico. Ao Governo Federal, sobram dois caminhos pouco confortáveis: ir ao encontro para tentar desmontar o aperto, ou manter o embate público e administrar as consequências. O palanque está armado; a foto, porém, pode sair cara.

 

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