O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), divulgou notas públicas nesta quinta-feira nas quais lamenta “profundamente” a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro pelo Supremo Tribunal Federal. Nos textos, o governador afirma que a punição “já havia sido, de certa forma, antecipada” e sustenta que houve restrições ao direito de defesa do ex-mandatário e ao seu “direito de ir e vir”. Segundo Caiado, o caso deveria ter sido analisado pelo Plenário do Supremo, e não por “uma turma com cinco ministros”.
Caiado associou o episódio à necessidade de “pacificação nacional”. Ele reafirmou a defesa de anistia para todos os condenados em razão dos atos de 8 de janeiro, argumentando que a decisão do STF “não encerra o debate nem a polarização extrema que divide o país”.
O governador também amarra sua posição a um compromisso político: “se tiver a oportunidade de chegar à Presidência da República, assinarei a anistia assim que tomar posse”. Para ele, a medida seria o ponto de partida para um governo de conciliação, com “foco no futuro” e prioridade em enfrentar “os problemas reais dos brasileiros”.
As manifestações foram publicadas por Caiado em suas redes após a condenação de Bolsonaro. O governador defende que o julgamento com participação de todos os ministros traria um debate “devidamente” amplo sobre as interpretações do caso.
Contexto e próximos passos
• Ponto central: Caiado questiona o rito (julgamento em turma) e alega cerceamento de direitos, vinculando o episódio à sua bandeira de pacificação.
• Agenda política: ao prometer anistia caso chegue ao Planalto, o governador posiciona-se nacionalmente e busca diferenciar seu discurso no campo da direita moderada.
• O que observar: reações no Congresso à ideia de anistia e eventuais movimentos jurídicos e políticos após a decisão do STF.
