Trump prepara tarifas extras ao Brasil em caso de condenação de Bolsonaro, diz Financial Times

Foto: Divulgação/X/The White House
Foto: Divulgação/X/The White House

Em meio ao julgamento de Jair Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal (STF), o governo dos Estados Unidos avalia ampliar medidas punitivas contra o Brasil caso o ex-presidente seja condenado, segundo apurações publicadas pelo Financial Times. Hoje, já incidem tarifas de até 50% sobre parte relevante das exportações brasileiras para os EUA, além de sanções e restrições de visto a autoridades, num quadro de tensão diplomática sem precedentes recentes.

Detalhes da matéria do Financial Times

A matéria do Financial Times detalha que a disputa comercial entre EUA e Brasil, que começou com a imposição de tarifas de 50% pelo governo Trump sobre produtos brasileiros, não é uma guerra comercial comum. Ela está profundamente ligada ao destino do ex-presidente Jair Bolsonaro, que está sendo julgado sob acusações graves, como participação em golpe militar, plano para assassinar Lula e insurreição em Brasília. O julgamento é considerado pela reportagem a pior crise em 200 anos nas relações bilaterais e um teste para as instituições democráticas brasileiras, especialmente o STF. Trump teria exigido que o Supremo interrompesse o julgamento, algo impossível de ser atendido, aumentando o atrito entre os países.

Além do caso Bolsonaro, Trump cobra do STF a reversão de regulações contra big techs e reclama de práticas comerciais brasileiras, mesmo com EUA mantendo superávit comercial em 2024. Washington foi além das tarifas, suspendendo vistos de ministros do STF e impondo sanções financeiras. O impacto da disputa reforça a aproximação do Brasil com o BRICS, com Lula buscando apoio da Índia, Rússia e China.

 

Internamente, Lula usa a crise para construir imagem de defensor da soberania diante dos EUA, enquanto o agronegócio, próximo a Bolsonaro, critica os efeitos das ações do ex-presidente e de seu filho Eduardo em Washington. Com a condenação provável de Bolsonaro, o FT alerta que Trump pode aumentar ainda mais a pressão tarifária e a disputa deve se agravar, sem previsão de solução rápida.

A elevação tarifária começou a ser sinalizada em 9 de julho, quando a Casa Branca comunicou a intenção de subir a alíquota de 10% para 50% — decisão formalizada em 30 de julho, com vigência a partir de 6 de agosto e uma lista de isenções setoriais (aeronáutico, insumos energéticos, polpa de madeira, fertilizantes, entre outros). O vínculo político declarado por Washington foi o avanço do processo contra Bolsonaro no STF.

O que ainda está em jogo: reportagens recentes do FT e de outros veículos indicam que aliados de Bolsonaro e interlocutores em Washington falam em “escada” de medidas — novas sanções e ajustes tarifários — a depender do desfecho do julgamento. Até o momento, porém, não há anúncio oficial de um “pacote extra” condicionado explicitamente a uma condenação: o que existe são sinais de que a administração norte-americana mantém opções de endurecimento na mesa.

Reação do governo brasileiro: O Planalto e a equipe econômica têm discutido contramedidas e alívio setorial, além de contestação nas instâncias comerciais internacionais. Em declarações públicas, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem rejeitado ceder pressões ligadas ao processo no STF e critica o caráter político das tarifas.

Julgamento no STF: O veredito e a dosimetria começaram a ser apreciados nesta terça-feira (2 de setembro). O caso — que envolve acusações de tentativa de golpe e organização criminosa — é tratado pela imprensa internacional como divisor de águas, com desdobramentos que podem retroalimentar a disputa diplomática com Washington.

Por que importa: • Comércio e preços — A tarifa de 50% encarece vendas brasileiras e tende a impactar cadeias como alimentos e manufaturados nos EUA; o efeito final depende das isenções já concedidas.
• Diplomacia e economia — A manutenção ou a escalada das medidas condicionadas ao caso Bolsonaro adiciona incerteza a investimentos e à agenda bilateral no curto prazo.

Nota de transparência editorial: Esta matéria se baseia em reportagens do Financial Times e de agências internacionais. Não houve confirmação oficial, até o fechamento deste texto, de um novo pacote tarifário “automático” atrelado à eventual condenação — apenas a sinalização de que a opção existe e pode ser acionada.

 

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