Israel rebaixa relações com o Brasil e mantém embaixada sem embaixador após impasse sobre “agrément”

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Chancelaria israelense retirou a indicação de Gali Dagan e afirmou que os laços passam a ser conduzidos em “nível diplomático inferior”. Desde 12 de agosto, a embaixada em Brasília está sem chefe de missão.

O governo de Israel anunciou nesta segunda-feira (25/8) que rebaixou o nível das relações diplomáticas com o Brasil, após o Itamaraty não responder ao pedido de agrément para o diplomata Gali Dagan. Com a retirada formal da indicação, a embaixada israelense em Brasília seguirá sem embaixador e deverá operar sob a chefia de um encarregado de negócios.

Em nota atribuída ao Ministério das Relações Exteriores de Israel, publicada pela imprensa israelense, o país afirmou que, “após o Brasil, excepcionalmente, se abster de responder ao pedido de agrément do embaixador Dagan, Israel retirou o pedido, e as relações entre os países agora são conduzidas em um nível diplomático inferior”.

A vacância na chefia da missão em Brasília ocorre desde 12 de agosto, quando se encerrou o mandato do último embaixador. Sem novo nome aprovado, a embaixada permanece sem titular.

A crise entre os dois países escalou desde 2024, quando o Brasil chamou de volta seu embaixador em Tel Aviv e as autoridades israelenses declararam o presidente Luiz Inácio Lula da Silva persona non grata, após declarações sobre a guerra em Gaza.

O que muda na prática: Sem embaixador, o relacionamento passa a ser tocado por encarregados de negócios (nível abaixo de embaixador), o que tende a reduzir o acesso político direto de alto nível e o ritmo de agendas bilaterais — embora os serviços consulares e a cooperação em curso possam ser mantidos. A chancelaria israelense fala, formalmente, em condução das relações “em nível diplomático inferior”.

Até a última atualização desta reportagem, o Itamaraty não havia divulgado nota específica sobre a decisão israelense nesta segunda-feira. Em comunicados recentes, a diplomacia brasileira tem mantido tom crítico à escalada militar no Oriente Médio e pedido contenção de todas as partes.

Israel indicou que não submeterá novo nome por ora. Do lado brasileiro, eventuais desdobramentos dependerão de uma decisão sobre aceitar ou não novo chefe de missão e do andamento de contatos diplomáticos de bastidor.

Entenda: o que é “agrément” É a anuência formal que o país anfitrião concede ao nome indicado por outro país para chefiar sua embaixada. Sem o agrément, o indicado não pode assumir o posto.


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Hamilton Silva

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