EUA não respondem carta enviada pelo Brasil e Lula avalia nova tentativa

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O governo norte-americano ainda não respondeu à carta confidencial enviada pelo Palácio do Planalto há dois meses, quando os Estados Unidos impuseram tarifas recíprocas de 10% sobre produtos brasileiros, e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva avalia uma nova investida diplomática para destravar o impasse.

Na manhã desta terça-feira (15), o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, confirmou que “enviamos uma carta confidencial há dois meses sobre tratativas de acordo e de entendimento, mas não obtivemos resposta. Faz dois meses. O que nós vamos encaminhar é uma carta dizendo que aguardamos a resposta e continuamos empenhados em resolver este problema” . No mesmo dia, reuniu-se com representantes da indústria para debater as soluções ao aumento tarifário.

Em 9 de julho, o presidente Donald Trump anunciou, por meio de carta dirigida a Lula, a aplicação de uma sobretaxa de 50% sobre todas as importações brasileiras, válida a partir de 1º de agosto — uma escalada nas medidas unilaterais que, segundo o Itamaraty, motivou a devolução da correspondência de Trump por conter “afirmações inverídicas e erros sobre o comércio bilateral” .

Para coordenar a resposta, o Executivo regulamentou em 15 de julho o decreto da Lei de Reciprocidade Comercial, criando o Comitê Interministerial de Negociação e Contramedidas Econômicas e Comerciais, presidido pelo MDIC e integrado pela Casa Civil, Fazenda e Itamaraty. A norma autorizou o Brasil a suspender concessões comerciais, investimentos e direitos de propriedade intelectual em retaliação a barreiras unilaterais que prejudiquem sua competitividade internacional .

O impasse repercute junto ao setor produtivo. Segundo pesquisa AtlasIntel, 51,2% dos brasileiros defendem retaliar os EUA com aumento de alíquotas . Empresários solicitaram ao governo maior prazo para iniciar as contramedidas e iniciaram negociações paralelas com seus congêneres nos Estados Unidos, na tentativa de reverter o tarifão antes de adoção de medidas extremas.

Enquanto a Casa Branca permanece em silêncio, o Planalto prepara novo ofício com tom conciliatório, mas deixa claro que não abrirá mão do diálogo equilibrado nem do respaldo legal conferido pela Lei de Reciprocidade. A expectativa é de que, com a pressão coordenada entre setor público e privado, seja possível descartar sanções mais gravosas e preservar empregos e acesso ao mercado norte-americano.


 

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