Em 12 de maio de 2025, o Departamento de Estado dos Estados Unidos reemitiu um alerta de viagem à Venezuela, classificando o país como Nível 4: “Não viaje” e recomendando que todos os cidadãos e residentes permanentes legais abandonem o território imediatamente. O comunicado enfatiza o “alto risco de detenção arbitrária, tortura em custódia, terrorismo, sequestro, aplicação arbitrária de leis locais, criminalidade, agitação civil e infraestrutura de saúde precária” .
Desde março de 2019, todo o pessoal diplomático americano foi retirado da embaixada em Caracas, e as operações consulares – tanto de rotina quanto de emergência – permanecem suspensas. Nesse contexto, o governo dos EUA admite não possuir meios de oferecer assistência consular ou serviços de emergência aos seus nacionais que ainda estejam no país .
A decisão reflete o agravamento da crise política, econômica e humanitária na Venezuela, marcada por frequentes cortes de energia, escassez de medicamentos e alimentos, além de um cenário de repressão a opositores do regime. Nos últimos meses, aumentaram os relatos de detenções de estrangeiros – inclusive sem acesso a advogado ou aviso prévio –, situação que motivou o Departamento de Estado a reforçar a urgência da saída imediata.
Autoridades recomendam que os cidadãos americanos:
- Organizem sua partida pelos meios comerciais disponíveis, dada a suspensão de voos diretos em diversos trechos;
- Encontrem rotas alternativas por países vizinhos, como Colômbia ou Brasil;
- Cadastrem-se no Smart Traveler Enrollment Program (STEP) para receber atualizações de segurança;
- Contatem familiares e empregadores informando sua saída.
Especialistas em relações internacionais avaliam que o alerta pode tensionar ainda mais os laços bilaterais, em meio a sanções econômicas já vigentes contra o governo de Nicolás Maduro. Para analistas, o movimento sinaliza não apenas preocupação com a segurança dos norte-americanos, mas também uma retaliação diplomática velada às recentes prisões de opositores políticos.
Embora o texto do aviso seja breve, seu teor é contundente: “Não viaje para a Venezuela por qualquer razão” e “desaconselha-se permanecer no país” . Em meio à incerteza sobre a reabertura parcial de serviços consulares, pesa também a dificuldade de acesso a um sistema de saúde já sobrecarregado, agravando riscos para quem eventualmente necessite de atendimento.
Sobre o autor
Hamilton Silva é jornalista, economista e editor-chefe do portal DFMobilidade, com mais de 25 anos de experiência em cobertura de política e mobilidade urbana em Brasília.
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