O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, decidiu se licenciar da Câmara dos Deputados e prolongar sua estadia nos Estados Unidos, onde se encontra há cerca de duas semanas. A decisão ocorre em meio a alegações de perseguição política e investigações em andamento no Brasil por parte de Alexandre de Moraes que colocou o passaporte do parlamentar sob risco.
Eduardo Bolsonaro justificou sua licença afirmando que pretende focar em atuações internacionais e no combate a supostas violações de direitos humanos. Nos últimos meses, ele tem se encontrado com figuras políticas norte-americanas, incluindo aliados do ex-presidente Donald Trump, para denunciar o que considera uma perseguição política contra sua família e outros conservadores no Brasil.
Parlamentares do Partido Liberal (PL), ao qual Eduardo é filiado, expressaram preocupação com sua ausência prolongada, especialmente devido às negociações em curso sobre a composição das comissões permanentes da Câmara. O PL tem interesse particular na Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional, que Eduardo já presidiu em anos anteriores.
A oposição, por sua vez, reage de forma dividida. Enquanto alguns parlamentares criticam a ausência de Eduardo Bolsonaro e questionam suas motivações, outros defendem que as investigações contra ele e sua família configuram uma perseguição política. Recentemente, líderes da oposição denunciaram uma suposta seletividade judicial nas acusações contra o deputado, argumentando que ele está sendo criminalizado por denunciar abusos do Judiciário no exterior.
O cenário político brasileiro permanece polarizado, com debates acalorados sobre a atuação do Judiciário e a liberdade de expressão dos parlamentares. A decisão de Eduardo Bolsonaro de se licenciar e permanecer nos EUA adiciona mais um capítulo às tensões políticas atuais, levantando questões sobre os limites entre a atuação parlamentar e as investigações judiciais.