Multidão em Copacabana clama por anistia: PM estima 400 mil participantes em ato político

Foto: reprodução da PMERJ
Foto: reprodução da PMERJ

Rio de Janeiro – 16 de março de 2025 – A orla de Copacabana, cartão-postal do Rio de Janeiro, foi palco neste domingo de uma manifestação de grande porte em favor da anistia para presos políticos e investigados em decorrência dos atos de 8 de janeiro de 2023. De acordo com a Polícia Militar do Rio de Janeiro (PMERJ), cerca de 400 mil pessoas participaram do ato, que contou com a presença de políticos, lideranças religiosas e figuras públicas ligadas ao conservadorismo.

O evento, organizado por movimentos pró-liberdade e apoiado por parlamentares da oposição, teve início nas primeiras horas da manhã e se estendeu até o fim da tarde. Os manifestantes, vestidos majoritariamente com as cores verde e amarelo, entoaram o hino nacional e exibiram faixas com dizeres como “Liberdade já!” e “Anistia para os injustiçados”. O ato transcorreu de forma pacífica, segundo relatos da PMERJ e de organizadores.

Lideranças discursam e reforçam apelo por anistia

Entre os principais nomes que subiram ao carro de som estavam deputados federais e estaduais, além de pastores evangélicos e juristas que defendem a revisão das prisões relacionadas ao 8 de janeiro. Em seus discursos, reforçaram a tese de que os detidos são vítimas de um sistema que, segundo eles, tem agido de forma arbitrária e seletiva.

“A anistia não é apenas uma questão jurídica, mas também um direito daqueles que não tiveram um julgamento justo”, afirmou um dos parlamentares presentes. “O que está em jogo aqui é o futuro da nossa democracia”, acrescentou um líder religioso, sob aplausos do público.

Participação massiva surpreende autoridades

A PMERJ informou que o efetivo foi reforçado para garantir a segurança do evento e que não houve registros de confrontos ou atos de vandalismo. Especialistas apontam que a adesão expressiva à manifestação demonstra um crescente descontentamento de parte da população com a condução do processo judicial dos envolvidos nos eventos de janeiro de 2023.

Segundo analistas políticos, o ato também pode ser interpretado como um teste de mobilização da direita para as eleições municipais deste ano, uma vez que vários pré-candidatos marcaram presença na manifestação.

Repercussão e reações políticas

A manifestação gerou reações imediatas no meio político. Aliados do governo minimizaram o impacto do evento, classificando-o como “radicalizado e inflado por desinformação”. Já lideranças conservadoras consideraram a mobilização um “recado claro” à atual administração e uma prova de que há respaldo popular para a pauta da anistia.

Setores da sociedade civil também se manifestaram. Enquanto entidades ligadas aos direitos humanos criticam qualquer tipo de anistia que beneficie os envolvidos nos ataques às sedes dos Três Poderes, juristas argumentam que o debate é legítimo dentro do processo democrático.

O que esperar daqui para frente?

O tema da anistia já está em discussão no Congresso Nacional, com projetos de lei e propostas de parlamentares que buscam articular um consenso sobre a questão. A mobilização de Copacabana pode influenciar a tramitação dessas iniciativas e aumentar a pressão sobre o Judiciário e o Executivo.

Seja qual for o desfecho, o evento deste domingo demonstrou que o debate está longe de acabar e que o clamor por anistia segue ecoando pelas ruas do país.

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