Brasília – O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, voltou atrás e recusou o cargo de “presidente de honra” da China Hub Brasil, uma associação com forte ligação com empresas chinesas e patrocinada por empresas do setor de saúde. A decisão veio após a repercussão de uma reportagem que expôs o vínculo entre a entidade e interesses comerciais no setor de tecnologia médica e farmacêutica.
Padilha havia sido anunciado como presidente honorário da China Hub Brasil, uma organização que promove a cooperação entre empresas chinesas e brasileiras, incluindo investimentos em hospitais e tecnologia médica. No entanto, diante da polêmica gerada pela possível incompatibilidade ética entre o cargo e sua função como ministro, ele decidiu declinar da nomeação.
Em nota, o Ministério da Saúde afirmou que Padilha “não aceitará o convite” e que sua participação na entidade havia sido apenas protocolar, sem envolvimento direto em decisões ou negociações comerciais.
A associação China Hub Brasil tem como membros empresas chinesas que atuam no fornecimento de equipamentos hospitalares, medicamentos e tecnologia para o setor de saúde no Brasil. O patrocínio dessas companhias à entidade levantou questionamentos sobre um possível conflito de interesses envolvendo o ministro.
A recusa de Padilha ocorre em um momento sensível para o governo federal, que enfrenta críticas sobre transparência e governança no setor da saúde. A rápida mudança de postura mostra a preocupação em evitar desgastes políticos diante da pressão pública e da imprensa.
Agora, o foco se volta para as atividades da China Hub Brasil e sua influência no setor de saúde brasileiro, enquanto a decisão do ministro de se afastar do cargo é vista como uma tentativa de blindar o governo contra novas acusações.