A deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP), que assina a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que acaba com a jornada de trabalho de 6×1, diz que se baseia apenas nas escalas adotadas em outros países, mas que sequer tem um estudo do impacto que causaria na economia brasileira.
A discussão tomou conta das redes sociais no final de semana da proposta que ela encampa, de reduzir a jornada de seis dias de trabalho semanais com um de folga para 4×3, de quatro trabalhados por três de descanso.
“Olhamos do ponto de vista do mundo do trabalho e das flexibilidades que outros países e estudos apontaram com relação à produtividade, à economia. Obviamente que entendemos todos os impactos que podem ser gerados […] O que não podemos é ignorar que a condição do trabalhador hoje é extremamente sucateada”, disse a deputada em entrevista à GloboNews nesta segunda (11).
De acordo com ela, a proposta da redução da jornada laboral é uma provocação que fez para o Congresso e que, para apurar os impactos, está pedindo a realização de uma audiência pública e “óbvio” que irá necessitar de estudos e análises.
Para a parlamentar, os trabalhadores não são observados e nem atendidos pelos patrões, e que este modelo mais flexível adotado em outros países “é possível de ser implementado sim no Brasil, sem afrontar de forma absurda a economia, o aumento dos preços de forma tão dramática”.
Erika Hilton afirma que a jornada de trabalho como está posta gera uma exploração que leva à riqueza de alguém – que não é o trabalhador – e que isso é o foco da provocação lançada. Essa suposta exploração, na visão dela, leva ao cansaço, exaustão e adoecimento das pessoas “sem condição de consumo numa economia que, cada vez mais, precariza a sua existência”.