Após a elucidação do assassinato da vereadora Marielle Franco e a prisão dos mandantes do crime, o jornalista Alexandre Garcia cobrou respostas sobre o caso Adélio Bispo e a tentativa de homicídio contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Em texto publicado no jornal Gazeta do Povo, neste domingo (24), Garcia mencionou as ilações que tentavam ligar o assassinato da vereadora e seu motorista, Anderson Gomes, à família Bolsonaro.
“Os três [os irmãos Brazão e o delegado Rivaldo Barbosa] já estão encaminhados para ficarem presos em Brasília. Com isso terminam seis anos, seis longos anos em que ficaram sugerindo, inclusive na mídia, que seria Bolsonaro, que seriam os filhos de Bolsonaro. E agora, como é que fica?” indagou.
Na sequência, o comunicador afirma que estava “claro” que a morte de Marielle decorreu de uma disputa entre vereadores do Rio de Janeiro e criticou a demora para a resolução do crime.
“O ministro Lewandowski considerou o caso encerrado com “vitória do Estado”. Eu não sei que vitória é essa, que triunfo do Estado, se demorou seis anos para elucidar um caso que estava muito claro que era disputa territorial na Zona Oeste do Rio de Janeiro. Coisas de vereadores, de políticos do Rio de Janeiro” acrescentou.
Por fim, o jornalista faz questionamentos sobre o álibi de Adélio Bispo no dia em que desferiu a facada contra Bolsonaro, durante a campanha de 2018, em Juiz de Fora (MG).
“Terminado isso, é preciso esclarecer agora o que não é difícil de esclarecer: de que gabinete da Câmara dos Deputados partiu a autorização para fazer o álibi do Bispo, que enfiou a faca na barriga de Bolsonaro dia 6 de setembro de 2018? Naquele dia, Adélio Bispo estava registrado como presente na Câmara dos Deputados: era o álibi, se ele não fosse pego lá em Juiz de Fora. Quem foi? De que gabinete? Não é possível que não tenha ficado registro disso. Ou veio um anjo exterminador do céu e acabou com todos os registros? Agora está faltando isso” frisou.
Na mesma publicação, Garcia faz considerações sobre a prisão do tenente-coronel Mauro Cid, ocorrida na última sexta-feira (22), após o vazamento de áudios em que ele afirma ter se sentido coagido pela Polícia Federal (PF) e do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, a aderir uma “narrativa pronta”.
“Ele [Mauro Cid] se queixou. Estão dizendo que foi um desabafo na conversa com um amigo. Ele não estava proibido de conversar com um amigo, estava proibido de conversar com outros investigados, proibido de usar rede social. Não sei se a pessoa que gravou disse para ele: “Olha, estou gravando. Você autoriza?” Não sei se a pessoa disse para ele “Olha, eu vou publicar. Você autoriza?”. Não sei se aconteceu isso. Se ele não autorizou, não pode ser responsável por isso. Então, é estranho. E ele tá (sic) preso. Além disso, ele estava cumprindo uma missão militar, estava portanto sob a jurisdição da Justiça Militar” escreveu.
*PN