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Oposição protocola repúdio após PT homenagear MST na Câmara

Foto: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados
Foto: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados

Após a Câmara dos Deputados realizar uma sessão solene nesta quarta-feira (28) para homenagear o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), parlamentares da oposição ao governo federal anunciaram que apresentarão uma moção de repúdio contra o evento. O requerimento para a sessão em homenagem ao movimento foi apresentado por quatro deputados do PT.

No documento redigido pela oposição, parlamentares declararam que o MST, “que afirma lutar pela reforma agrária e pela justiça social, na verdade, tem demonstrado um desrespeito flagrante pela lei, pela propriedade privada, pelo estado de direito, e até mesmo pela vida humana”.

No texto da moção, os parlamentares também destacaram o repúdio “aos atos de violência física, patrimonial e moral, praticados constantemente pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra”. Durante a manhã, em uma coletiva realizada na Câmara, a líder da minoria, deputada Bia Kicis (PL-DF), disse que a proposição já tinha 102 assinaturas.

A sessão em homenagem aos 40 anos do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) foi alvo de forte protesto realizado por parlamentares da oposição. O deputado federal Ricardo Salles (PL-SP), um dos que discursaram na sessão, foi chamado por militantes do MST de “fascista”.

Salles foi à tribuna do Plenário dizer que os 40 anos do grupo “são de insucesso de uma política que fracassou” e que os achados encontrados na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do MST, relatada por ele, “não trazem motivo para a comemoração”.

“Entendo que não há nada a ser comemorado. Esses 40 anos são de insucesso de uma política que fracassou e volta a ser feita de maneira que vai fracassar” foram as primeiras palavras de Salles.

O deputado Rodolfo Nogueira (PL-MS) foi outro oposicionista a falar. Para ele, “são 40 anos de destruição” promovidos pelo movimento. Da oposição, também inscreveram-se para falar Evair Vieira de Melo (PP-ES) e Marcel van Hattem (Novo-RS).

A oposição planejava desde a última sexta (23) uma reação à realização da homenagem. Zucco (PL-RS), presidente da Frente Parlamentar Invasão Zero, nascida depois da CPI do MST, foi quem começou a coletar assinaturas para fazer uma moção de repúdio contra a sessão solene.

A sessão solene desta quarta teve a presença de dois ministros do governo Lula, Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário) e Sonia Guajajara (Povos Indígenas). Também estiveram na reunião o presidente do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), César Aldrighi, e o embaixador de Cuba no Brasil, Adolfo Curbelo Castellanos.

 

*PN

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