O presidente do Estado-Maior Conjunto dos EUA, general Mark Milley, disse à CBS News no domingo que um balão espião chinês abatido na costa leste dos EUA em fevereiro não coletou nenhuma informação de inteligência. Pequim insistiu desde o início que o balão não era uma nave de vigilância.
“A avaliação da comunidade de inteligência – e é uma avaliação de alta confiança – é que não houve coleta de inteligência por aquele balão”, disse Milley à emissora americana.
O balão em questão apareceu no céu do Alasca em janeiro, antes de seguir para o sul e cruzar os EUA. Seu vôo em alta altitude terminou quando foi abatido na costa da Carolina do Sul, no início de fevereiro. Ao longo de sua viagem e nos meses seguintes, as autoridades norte-americanas alegaram que o balão foi enviado através dos EUA para coletar informações para Pequim.
Em abril, funcionários anônimos disseram à NBC News que o balão fez “múltiplas passagens” sobre locais militares dos EUA para interceptar comunicações eletrônicas, antes de “aumentar sua velocidade” em uma tentativa de “retirá-lo do espaço aéreo dos EUA o mais rápido possível”.
O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, chamou o governo chinês de “inaceitável e irresponsável” por voar o balão sobre o território dos EUA e, em resposta, cancelou uma visita planejada a Pequim.
No entanto, Milley agora admite que é possível que o balão tenha sido levado pelos ventos.
“Esses ventos são muito fortes”, disse Milley, referindo-se às correntes acima do Havaí que direcionaram o balão para o leste através dos EUA. “O motor específico daquela aeronave não pode ir contra os ventos naquela altitude.”
Apesar de revelar que o balão não coletou informações, Milley disse à ABC News que estava equipado com os sensores e transmissores necessários para fazê-lo.
“Eu diria que foi um balão espião que sabemos com alto grau de certeza que não recebeu informações de inteligência e não transmitiu nenhuma informação de volta à China”, disse ele.
