Embora falte 18 meses para desocupar a cadeira de prefeito de Valparaíso de Goiás, Pábio Mossoró já começa a ser tratado como “ex” pelos aliados e até mesmo pelo próprio partido dele, o MDB, presidido no estado, pelo vice-governador de Goiás, Daniel Vilela.
Alguns meses atrás, era inimaginável pela maioria da classe política, que atua no município, de se deparar com Pábio Mossoró quase unanimemente abandonado, mesmo faltando pouco mais de um ano e meio para deixar o poder municipal.
Ele não pode mais se candidatar ao não ser esperar pelas eleições de 2026.
Para alguns vereadores que marcharam e ajudaram a reeleger Pábio Mossoró, em 2020, o prefeito começou a colher mais cedo o que “plantou”, ao longo de sua surpreendente acessão política que resultou em dois mandatos como prefeito de uma das cidades mais importantes do Entorno de Goiás.
“A regra é simples: Se você planta o mal, é o mal que colherás, se planta o bem é o bem que colherás. Ele só plantou o mal”, disse ao RadarDF, um vereador que se diz traído por Pábio Mossoró, por não cumprir o que lhe prometeu no curso da campanha eleitoral passada, de indicá-lo como seu sucessor na disputa eleitoral do próximo ano.
Ele falou ainda, que só agora descobriu que o prefeito prometeu o mesmo para outras cinco pessoas com o discurso embromador. “Ninguém diz nada, mas esse tipo de comportamento do prefeito tem troco”, disse.
Tem rumo o que afirma a maioria dos políticos de Valparaíso de Goiás, sobre o prefeito de fim de mandato. Basta voltar o filme para 2016, quando a então prefeita da cidade, Leda Borges (PSDB), resolveu bancar todas as fichas no então fiel amigo e chefe de gabinete Pábio Mossoró.
A traição saiu do abstrato e se tornou explicita pela “criatura” ao romper com a sua “criadora” no primeiro ano que acedeu ao poder.
Na época, Pábio dizia na roda pequena que não gostaria de ter Leda Borges, (hoje deputada federal) “como sombra”.
Diferente do que previa Pábio, Leda Borges se elegeu deputada estadual, em 2018, deputada federal em 2022, e surfa no topo das pesquisas para retornar ao poder municipal de Valparaíso, mesmo sem ter definido até agora, se concorrerá ou não a disputa municipal do próximo ano.
Todo esse movimento político, amparado pela vontade popular em torno de Leda, estar causando o isolamento político de Mossoró.
Além disso, a imbicada popular do prefeito aumentou ainda mais quando ele resolveu confrontar o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil).
Mesmo sendo Caiado o seu maior cabo eleitoral na eleição municipal de 2020, o ingrato Mossoró entrou em linha de colisão ao ameaçar o governo estadual de que colocaria os municípios goianos da região do Entorno, contra o governador, caso não fosse dado a ele o direito de indicar o nome para comandar a recém-criada Secretaria de Estado do Entorno. Caiado nem deu bolas: indicou Maria Carol Fleury.
Assim como Caiado diz que, “em Goiás bandido não se cria”, o bordão também vem seno usado por caiadistas para dizer “que prefeito contrário também não vai muito longe”.
O fato é que o abandono geral passou ser real para Pábio Mossoró. A ex-vice dele, eleita em 2022 como deputada estadual Zeli Fritsche, pelo União Brasil, partido do governador, prefere ficar equidistante do prefeito de Valparaíso.
Até o vice-governador de Caiado e presidente do MDB, Daniel Vilela, teria mandado um recardo “sossega leão” ao prefeito, que é do MDB, por estar se autopromovendo, antecipadamente, como candidato a vice na chapa de reeleição do futuro governador de Goiás.
De acordo com informações de bastidores, Mossoró vem espalhando na cidade, que já estar tudo certo para que ele seja o vice de Daniel Vilela, que ocupará o cargo de governador nove meses, antes das eleição de 2026, caso Caiado se descompatibilize do cargo para concorrer uma das duas vagas do Senado.
As faks de Mossoró não deixa de ser oportunismo barato para enganar os tolos. Não há a mínima chance de tal maluquice acontecer, já que Daniel Vilela dependerá de Caiado e das forças políticas para se reeleger como sucessor ao Palácio das Esmeraldas.
*Toni Duarte é Jornalista e editor do Radar-DF, com experiência em análises de tendências políticas e comportamento social da capital federal.