Fontes ouvidas pelo Radar Político afirmam que a inelegibilidade do ex-presidente Jair Bolsonaro, imposta pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), afetou drasticamente a estrutura de filiados do Partido Liberal do Distrito Federal.
A saída para o fortalecimento da legenda local seria a candidatura da ex-primeira-dama Michele Bolsonaro, na disputa eleitoral de 2026. Entenda por quê.
O partido que obteve o maior número de filiados com o ingresso de Bolsonaro na legenda, para disputar a eleição presidencial do ano passado, passa pelo processo de desidratação na maioria dos seus diretórios regionais.
A falta de um líder do tamanho de Bolsonaro, que pode ficar fora das eleições até 2030, caso o STF mantenha a decisão do TSE, pode levar o PL a sofrer baixas na sua bancada de 99 deputados federais, com fugas imprevisíveis, na próxima janela partidária.
Em 2022, o Partido Liberal do Distrito Federal saiu da eleição fortalecido com dois deputados federais (Bia Kicis e Alberto Fraga) e três distritais (Thiago Manzoni, Daniel Donizete e Joaquim Roriz Neto).
O partido conta ainda com o peso eleitoral do ex-governador José Roberto Arruda.
No entanto, segundo observadores, o partido local só conseguirá conter evasões caso Michele Bolsonaro seja candidata ao Senado pelo DF, em 2026.
Para porta-vozes dos campos conservador e liberal, uma chapa que pode ser formada por Ibaneis ao lado de Michele Bolsonaro, ambos candidatos ao Senado, e Celina Leão, disputando a reeleição de governadora, seria imbatível e poderia reeditar, pela segunda vez, uma vitória de primeiro turno como aconteceu com a reeleição do atual governador.
No momento as conversas de bastidores são apenas conjecturas com base em evidências de como o cenário político do DF, deve caminhar neste pós-impedimento do ex-presidente Jair Bolsonaro, de voltar se candidatar à Presidência da República ou a qualquer outro cargo eletivo.
Nesse contexto, a ex-ministra Damares Alves (Republicanos), eleita senadora na eleição de 2022, com a ajuda de Michele Bolsonaro, executará desta vez a tarefa de cabo eleitoral da ex-primeira-dama para ocupar uma das duas vagas do Senado da República.
Damares tem dito que prefere tirar o seu cômodo mandato de oito anos como senadora, do que se meter em uma disputa presidencial, como vem sendo incentivada por setores evangélicos.
Além disso, a senadora brasiliense sabe que tem fila e que ela ainda não é um das primeiras.
A reedição da composição do PL com o MDB, PP e Republicanos, como foi em 2022, não deixa de ser o sonho de consumo político da deputada federal Bia Kicis, presidente do PL local, e do seu colega de partido, deputado Alberto Fraga.
Essa união partidária seria o caminho mais fácil para Bia buscar o seu terceiro mandato e Fraga conquistar o sexto em 2026.
No meio desse projeto estaria incluído José Roberto Arruda, que não pode ser subestimado eleitoralmente, mesmo ficando os três últimos processos eleitorais fora da disputa.
Até 2026, o velho “cacique bom de voto”, pode estar elegível já que trabalha em silêncio sepulcral para isso. Em estado zen, Arruda só observa o movimento político a caminho de 2026.
Se a tão-sonhada composição é boa para o Partido Liberal do DF, será igualmente boa para a reeleição de Celina Leão, já que é candidata natural para suceder o governador Ibaneis Rocha.
Os ruminantes da política brasiliense colocam suas apostas na formação de uma poderosa chapa composta por Ibaneis, Michele e Celina. Tem rumo? Tem, sim senhor.
A única dor de cabeça do grupo, como sempre, seria por conta da escolha do vice de Celina
Segundo inda esses visionários da política da terra de Dom Bosco, o nome sairia do Republicanos.
Mas isso é outra história já que a escolha do candidato a vice-governador, fica sempre para a última hora.
*Toni Duarte é Jornalista e editor do Radar-DF, com experiência em análises de tendências políticas e comportamento social da capital federal.