Denunciação caluniosa é só um dos crimes que Moro pode responder. O outro é crime contra a honra que a PGR irá investigar.
A saída do ex-juiz Sérgio Moro do ministério da Justiça e Segurança Pública poderia ter sido calma e tranquila, mas ele fez uma escolha política e conturbada. Fez a escolha.
Após o depoimento à Polícia Federal, considerado pífio, sem produzir provas de supostas malfeitorias do presidente Jair Bolsonaro, o ex-ministro Sergio Moro certamente já percebe que a vida não lhe será fácil, como indica a lista de autoridades que serão ouvidas no inquérito.
Todas devem apoiar a versão do presidente nesse caso, o que pode deixar Moro perto da acusação de denunciação caluniosa, um dos crimes cuja investigação foi solicitada pela Procuradoria Geral da República (PGR).
O próprio depoimento de Moro é um dos trunfos de Bolsonaro: nele, o ex-juiz da Lava Jato não conseguiu atribuir crimes ao presidente. Um tiro no próprio pé? Talvez. Enquanto isso Moro contínua na mídia e ajudando a oposição na desconstrução do governo Bolsonaro.
A pedido da PGR, a PF ouvirá três ministros de alta credibilidade: Braga Netto, Augusto Heleno, e Luiz Eduardo Ramos, ligados a Bolsonaro. A pergunta que poderia ser feita: Alguém destes três iriam depor contra ou favor do governo que fazem parte?
Outra testemunha a ser ouvida é a deputada Carla Zambelli (PSL-SP), cuja lealdade a Bolsonaro é inquestionável. Vai falar bem do presidente ou do padrinho que traiu a afilhada expondo conversas íntimas em horário nobre da TV militante dos ‘Marinhos’.